A Fundação Nacional do Índio (FUNAI) afirma que na época do descobrimento havia no Brasil cerca de cinco milhões de índios, que, segundo o Censo de 2010, já se reduziram a 890 mil. As pessoas até tem a consciência de que os índios existem, mas não estudam e não se preocupam sobre a situação atual e futuro ameaçado desse povo que possui uma rica diversidade cultural. Além da aculturação e extermínio praticados pelos portugueses quando chegaram a terras brasileiras, a história mostra que o próprio povo local também foi intolerante contra os índios. Durante a ditadura militar, obras como a construção da rodovia transamazônica, hidrelétricas e o desmatamento para agropecuária passaram por cima de terras indígenas de forma truculenta. De acordo com a Comissão da Verdade, aproximadamente 8,3 mil índios foram mortos em massacres, torturas e contágio de doenças infecciosas. Com propósito de acabar com a banalização de expropriação de terras e assassinato de indígenas, a Constituição de 1988 colocou as propriedades indígenas como bens da união, considerando-as inalienáveis, intransferíveis e de uso exclusivo dessa etnia. A demarcação de terras é importante para combater o desflorestamento e preservar a fauna e flora local, já que os índios utilizam os recursos naturais de maneira sustentável. Não obstante, as decisões de demarcação de terras indígenas nunca agradaram parlamentares conservadores, tanto que existe a PEC 215, que transfere do Executivo para o Legislativo a palavra final sobre a demarcação de terras, exatamente onde se encontram deputados da bancada ruralista que querem desmatar para investir exclusivamente na agropecuária. Portanto, é evidente que a questão indígena no Brasil sempre foi e será um assunto polêmico. Nesse caso, é imprescindível que o Ministério da Educação instaure nas escolas palestras com especialistas em causas indígenas para conscientizar a população sobre a história dos primeiros habitantes do Brasil e tudo que eles sofreram, mas que ainda resistem permitindo que sua importância cultural sobreviva para servir de conhecimento para todas as gerações. É importante que as pessoas entendam que os índios tenham direitos como todos, principalmente sobre a terra, onde eles desenvolvem sua atividade sociocultural.