Enviada em: 07/05/2019

O legado português    É de conhecimento geral que a colonização portuguesa nas Américas, iniciada no final do século 15, marca o início da tentativa de destruição cultural dos povos indígenas. Datada do primeiro contato com o povo nativo, a Carta de Pero Vaz Caminha descreve e condena os hábitos dessa comunidade e demonstra a raíz do etnocentrismo que persiste até os dias atuais.    É incontrovertível que a sociedade brasileira, de uma maneira geral, perpetua os valores deixados pelo colonizador e não enxerga o indígena como seu semelhante. Pode-se citar, acerca do problema mencionado, a forma como a língua é tratada. O português, língua imposta pelo homem branco ao seu território, é tratado como idioma oficial do Estado nação e a língua da sua população nativa é classificada como dialeto (uso particular do idioma por determinado grupo social). Dessa forma, diversas heranças culturais são deixadas de lado e é crescente a desvalorização da comunidade precursora do país.   Faz-se mister salientar, ainda, que a demarcação das terras constitui, hoje, a principal luta para a sobrevivência autossuficiente do nativo. A Constituição de 1988, promulgada durante o governo Sarney, garante o respeito aos direitos dos indígenas. Contudo, na prática, com o auxílio no Congresso Nacional de uma bancada denominada "ruralista", os interesses latifundiários prevalecem e a expansão da fronteira agrícola segue dizimando milhares de tribos em prol do capital.   Com o intuito de amenizar essa problemática, a FUNAI, juntamente ao Ministério Público Federal, deve agilizar o processo de demarcação das terras indígenas, tratando-as como prioridade. Ademais, espera-se que possam vivenciar sua cultura e seus costumes de uma maneira livre e, não mais, controlada e imposta por uma metrópole.