Enviada em: 12/05/2019

No limiar da colonização portuguesa no Brasil,a figura do indígena já se apresenta explorada e escravizada para atender à demanda açucareira e ao processo bandeirante de apresamento,bem como forçada à catequização jesuítica.Embora superado tal panorama desumanizante,os povos nativos brasileiros ainda não são efetivamente reconhecidos como construtores da sociedade atual,hajam vista as pressões relativas à demarcação de terras indígenas e ao processo de insipiência sociocultural acerca do modo de vida do índio.Logo,é pertinente analisar a problemática do desrespeito ao indígena no Brasil contemporâneo.  Em primeira análise,é válido pontuar o conflito existente entre índios e grupos exploratórios,como mineradoras e latifundiários,pela posse e uso de terras.A partir disso,a FUNAI - Fundação Nacional do Índio - enfrenta problemas a zelar pela demarcação territorial e pelos interesses indígenas,direitos constitucionais esses que a bancada ruralista presente no Congresso Federal compromete.Exemplo desse desmantelamento é a PEC 215,que propõe a transferência jurídica da demarcação:do Poder executivo ao legislativo.Na prática,semelhante emenda facilita o crescimento da fronteira agrícola e o aumento do arco do desmatamento na Amazônia Legal,impactando os assentamentos nativos e o modo de vivência por eles desempenhados.   Além disso,convém ressaltar o desconhecimento social acerca do  modo de vida e da diversidade étnica dos silvícolas,o qual expressivamente retoma a trajetória degradante do indígena no inicio colonial do Brasil,por ignorar e vilipendiar o papel social desse indivíduo.Semelhante negligência deve-se à inoperância educacional e midiática,a qual não explica e detalha as tradições e culturas propagadas pela grande heterogeneidade de etnias nativas.Nessa lógica,alimenta-se a construção da aculturação gradual das inúmeras variedades de povos indígenas,à proporção que impele o apagamento e manutenção de esteriótipos taxativos e históricos,que generalizam os nativos como preguiçosos e primitivos.  Portanto,com intuito de preservar os direitos indígenas,é preciso monitoramento e instrução social.Urge ao Poder executivo,junto a FUNAI,maximar a fiscalização das terras já demarcadas,por meio do uso atualizado de um banco de dados que mapeie os aldeamentos e áreas de conflito para  alocar policiamento e segurança,evitando ataques exploratórios de grupos contrários aos índios e o desmatamento.Aliado a isso,cabe ao MEC efetivar a lei já existente que obriga o estudo de cultura indígena nas escolas,a fim de de aumentar o conhecimento estudantil de forma crítica e reflexiva à questão do índio,possibilitando a longo prazo a criação de um consciência de respeito ao nativo brasileiro.