Enviada em: 11/06/2019

A primeira metade do século XX foi marcada pelo intenso trabalho de reconhecimento das tribos, demarcação de terras e preservação da cultura indígena. Porém, à força dos sertanistas Marechal Rondon, irmãos Villas-Boas, entre outros, o limiar do século XXI, não apresentou avanços. Na verdade, a invasão das terras e a violência contra o nativo são um claro retrocesso. E a desinformação somada a deficitária estrutura estatal figuram como causas.    Em primeira analise, ressalta-se a violenta história colonial brasileira, permeada por chacinas, escravidão e desrespeito a cultura dos povos nativos. Paralelamente, esteriótipos foram a eles apregoados: selvagens, ignorantes e preguiçosos - este, por sua resistência ao trabalho forçado. Perpetuados no ideário brasileiro, esses preconceitos demonstram-se por meio da intolerância- como um ciclo vicioso, preconceitos geraram violência e a interpretação dada pelos opressores gera mais violência. Percebe-se, pois, a educação como caminho para evitar a propagação dessa mentalidade - e a lei 11645, de 2008, prevê o estudo obrigatório da história e cultura indígena, porém na prática, é verificado o descumprimento da mesma.     Outrossim, artigos de lei da Constituição Cidadã, de 1988, são igualmente violados.Primeiramente, os direitos sociais- como o cuidado com a saúde das tribos- enfrentam obstáculos culturais-linguísticos. Por exemplo, mesmo com a disponibilidade de médico, o tratamento é dificultado pois ele e o paciente não falam o mesmo idioma e poucos são os intérpretes. Além dessa barreira negligenciada, as terras, pertencentes a união mas de uso especial indígena, são alvos da expansão agrícola, o que gera conflitos violentos. Enquanto Marechal Rondon preferia morrer à matar um índio, os donos de terra preferem matar um índio à perder a oportunidade de lucro.     Portanto, a fim de que a questão indígena no Brasil atual mude positivamente, o Ministério da Educação deve fazer valer a lei 11645, mediante aulas na grade curricular obrigatória, no ensino fundamental e médio sobre de história dos povos nativos brasileiros e a sua cultura - incluindo palestrantes indígenas, para que os alunos entendem melhor o ponto de vista destes. Paralelamente, devem ser criados cursos gratuitos de idiomas nativos e oferecimento de remuneração e benefícios para quem exercer profissão, fomentando a formação de intérpretes. Ademais, cabe ao Ministério da Justiça, impor rígida fiscalização nos limites das terras indígenas, e aumentar o valor de multa para invasão  dessas, o que minora os conflitos e assegura o pertencimento das terras aos nativos.