Enviada em: 01/11/2017

A saga de quadrinhos X-men trata acerca de mutantes que sentem dificuldade em se adequar à vida comum. É nesse cenário que Charles Xavier, um dos personagens, cria uma escola com o intuito de buscar maneiras de unir mutantes e não mutantes. Ao traçar um paralelo, pessoas com deficiências encontram, no Brasil, dificuldades que impedem sua união efetiva na sociedade, principalmente nas escolas, e, assim como para os mutantes de X-men, a realidade pode ser dura. Vale ressaltar, dessa maneira, que, apesar das conquistas recentes, uma escola inclusiva ainda é um desafio na prática.       Para Paulo Freire, uma educação que permita a coexistência de culturas e diferenças é o caminho para a compreensão do próximo. Analogamente à essa ideia, é possível perceber um avanço na questão da inclusão nas escolas, posto a recente aprovação da Lei Brasileira de Inclusão da pessoa com deficiências. Vê-se, com isso, um significativo aumento do número de matrículas em turmas regulares, o que resulta em uma sociedade mais consciente de seu papel.       Todavia, outra questão relevante, nessa discussão, é a ideia de que apesar da crescente inclusão, o preparo das escolas para lidar com diferentes necessidades ainda é muito precário, em especial no ensino público. Nesse contexto, a falta de rampas e elevadores para o acesso do deficiente físico, profissionais qualificados e recursos para lidar com deficiências cognitivas, caracterizam majoritária parte das escolas. Por consequência, deve-se entender que unicamente permitir o acesso não garante inclusão.       Nesse sentido, o Ministério da Educação, em conjunto com psicólogos e pesquisadores, pode ministrar cursos de qualificação aos professores, a fim de fornecer maior entendimento e novos recursos para lidar com os respectivos níveis de carência. Além disso, cabe aos indivíduos, como atores sociais, exigir por melhorias no acesso físico às escolas, por meio de ações judiciais e requerimentos ao órgão responsável, para que se materialize o direito de ir e vir de todos. Assim, poder-se-á buscar um mundo para todos, como verdadeiros super-heróis fazem.