Enviada em: 12/07/2019

Narcismo às avessas     Ciclofaixas é revolucionário, mas só se for em Amsterdã. Grafites pelas ruas é elegante, mas só se for em Nova York. Ir ao museu é intelectual, mas só se for em Paris. Esses são alguns dos sentimentos que afetam grande parte dos brasileiros. Com isso, significa que o brasileiro é um ser com baixa autoestima, na qual está sempre depreciando a cultura, a economia, a inteligência nacional. Em contrapartida, admira e exalta tudo o que vem de fora como estando acima de qualquer comparação com o Brasil.      Em primeiro lugar, deve-se analisar historicamente de onde vem esse sentimento. A colonização do Brasil é uma das origens para o complexo de vira-lata, pois a partir dela, os povos nativos, foram inferiorizados sob olhares europeus. Nesse contexto, desenvolveu-se um traço cultural marcante do país, o estrangeirismo, entendido como a valorização do que é estrangeiro associada ao menosprezo ao que é brasileiro. Além de facilitar sua articulação com as sociedades dominantes, o estrangeirismo também serve às elites como fator de diferenciação perante o povo em geral, tendo forte papel de segregação inclusive no mundo organizacional.      Posteriormente, depois de mais de 400 anos, autores do Modernismo, como Oswald de Andrade e Manuel Bandeira tentaram romper com essa ideia e fazer uma arte brasileira, sem conexão com os moldes europeus. Mas, olhando para o Brasil de hoje, os modernistas não foram bem sucedidos e a síndrome da inferioridade permanece. Por certo, a grande maioria da população pensa que é apenas no Brasil que existe problemas. Mas, mesmo lugares de primeiro mundo tem problemas. Na Alemanha, um país super desenvolvido social e economicamente, existe pobreza, racismo e xenofobia. Nos Estados Unidos, país que muitos brasileiros idolatram, não existe licença maternidade e pessoas vão à falência para pagar uma conta de hospital.      Faz-se necessário, portanto que o Ministério da Educação crie programas nas escolas com o intuito de mostrar grandes nomes culturais e artísticos brasileiros, contando sobre suas histórias e importância global, nomes como de João Gilberto, Pelé, Clarice Lispector, Machado de Assis, Ayrton Senna, Aleijadinho, Os Gêmeos devem fazer parte das atividades. Além disso, as escolas devem levar os alunos à museus e exposições - como da Tarsila do Amaral que aconteceu no MASP -, convidar cantores e artistas brasileiros para palestrarem nas escolas.