Enviada em: 16/06/2019

Inserida entre as obras mais prestigiadas do século XX, a distopia "1984" do estritor Geoge Orwell apresenta uma sociedade monitorada pelo Estado através de teletelas. Tal projeto consistia em um método preventivo contra a criminalidade e a subversão à figura do grande líder. Apesar de esse cenário se encontrar no campo da ficção, parece que, na era digital, os procedimentos de vigilância presentes no clássico inglês ganham contornos de realidade. Cabendo, assim, analisar esse novo fenômeno de combate às condutas criminosas no mundo factual.      É preciso apontar, antes de tudo, a relevância do uso das tecnologias para esse fim. Após o crime bárbaro cometido contra a vereadora Marielle Franco, em 2018, no Rio de Janeiro, uma série de medidas foi tomada para se chegar aos assassinos. Em meio a tais procedimentos de investigação, a polícia conseguiu deter alguns suspeitos por meio do rastreamento dos aparelhos móveis que se encontravam próximos ao local do assassinato naquele dia. Nesse contexto, nota-se o papel fundamental que exercem determinados meios tecnológicos no auxílio à resolução de atos criminosos, os quais poderiam levar mais tempo para serem solucionados sem essa ajuda.     Cabe considerar, por outro lado, que, como visto, o uso da tecnologia serve apenas como um subsídio ao combate à criminalidade. Ao observar com um pouco mais de empatia a realidade social que envolve esse cenário, percebe-se a complexidade e a responsabilidade requisitadas para a discussão desse tema. Tal constatação demonstra a ineficácia das medidas paleativas, como o uso de tecnologias, voltadas à redução dos atos criminosos. Prova disso é o Brasil, o qual possui uma classe média que tenta se proteger em condomínios com eletrônicos destinados à segurança, mas também continua sendo vítima dos latrocínios e homicídios. Por conseguinte, colocando o país no topo das nações mais perigosas do mundo.        Fica claro, portanto, que o uso da tecnologia é útil como auxílio ao combate e à prevenção de crimes, mas não como um método de solução para o problema. Logo, para que de fato a criminalidade seja reduzida, o Ministério da Segurança, por exemplo, deve potencializar esse uso, investindo em objetos utilizáveis no controle das fronteiras, como drones e GPS. A fim de garantir a segurança do próprio país. Contudo, o Estado não deve se esquecer que a responsabilidade da proteção pública lhe cabe. Assim, essa instituição deve buscar combater as ações destuantes a partir da destinação de verbas à educação e a proficionalização dos cidadãos. Para que não seja necessário recorrer aos planos do "Grande Irmão" de controle, mas sim consiga buscar medidas práticas para o fim dessas condutas.