Enviada em: 08/08/2019

No Brasil, no ano de 1921 ,ocorreu a primeira partida de futebol feminino, noticiada pelo Jornal Gazeta como atração curiosa e cômica. Anos se passaram, entretanto, a participação das mulheres no esporte ainda é cercada de preconceito pela sociedade brasileira, o que dificulta a valorização dessas práticas que convivem com a falta de investimentos públicos e privados.      Mormente, é notório que a dificuldade atualmente existente para a consolidação da prática esportiva feminina é fruto de uma sociedade patriarcal, que enxerga as mulheres apenas para servir a família. Em consequência disso, a comparação entre diversos esportes nas modalidades masculinas e femininas, dentre eles o futebol, no entanto, é viável salientar que os homens são estimulados desde pequenos a serem jogadores, enquanto garotas são colocadas para atividades que exigem menos esforço físico. Outrossim, o que fez com que o esporte feminino demorasse para se popularizar foi o fato do pensamento que as mulheres não teriam metabolismo adequado e que seu papel fundamental na sociedade seria ter filhos e servir à família.      Em segundo plano, os esportes praticados pelas mulheres estão longe de serem valorizados assim como os masculinos são, pois, ainda há uma grande disparidade salarial. Recentemente , Marta, jogadora da Seleção Brasileira de Futebol Feminino, ao fazer um gol na Copa do Mundo, protestou mostrando a sua chuteira sem logotipo, visto que mesmo tendo números exemplares e ter sido eleita a melhor jogadora do mundo, ainda encontra desafios para receber patrocínio de marcas. Ademais, segundo Émile Durkheim, sociólogo francês, o homem é moldado pela sociedade em que vive, entende-se que há uma cultura que se rejeita o esporte praticado pelas mulheres, que é passada de geração em geração e tendo necessidade de ser interrompida.  Urge, portanto, medidas para resolver essa problemática. Faz-se necessário que os meios de comunicação, como a televisão e a internet, responsáveis por ajudar o público a construir uma opinião sobre determinados assuntos, exiba em sua grade de horário campeonatos de esportes femininos, dessa maneira o grande público teria acesso aos jogos protagonizados por mulheres e aquilo que se tornaria habitual, diferentemente do que aconteceu no primeiro jogo de futebol feminino em 1921. Ademais, o Ministério do Trabalho deve instituir um valor a ser seguido para o salário das mulheres no esporte, tomando como base o valor que os homens ganham, diminuindo dessa forma a disparidade salarial de jogadoras como Marta, por exemplo.