Enviada em: 22/06/2018

No período colonial brasileiro, a mulher era vista como objeto de posse ao ser transferida da responsabilidade do pai para o marido após o matrimônio. Essa estrutura familiar patriarcal ainda remete ao cotidiano de diversas mulheres que são objetificadas pelos homens, sofrendo agressões físicas e verbais, levando por consequência a violência à mulher. Pode-se analisar que essa problemática persiste por ter raízes históricas e ideológicas.                                                                                Na primeira guerra mundial o movimento de inserção das mulheres na sociedade ganhou força, levando a imagem feminina de doméstica e materna, a de trabalhadora para as industrias. Porém, podemos perceber que, apesar de uma maior presença do sexo feminino no mercado de trabalho, a mudança da ideologia feminina ocorre lentamente, prevalecendo uma visão machista, de inferioridade ao homem. Logo, a mulher é sujeitada a diversas situações desrespeitosas, onde o agressor se vê no direito de cometer tais atos. Por consequência os casos de violência ainda são persistentes, mostrando um atraso no pensamento social.                                                                                                         Dados coletados em 2017 pelo Instituto Maria da Penha estimam que a cada 2 segundos uma mulher é vítima de violência física ou verbal. Evidenciando não somente o número crescente de cicatrizes físicas como psicológicas. A mulher agredida acaba perdendo seus direitos e também a confiança, levando a vítima a não denunciar na maioria dos casos. Muitas mulheres se veem sem opção quando a violência ocorre no meio familiar, a maioria por necessitarem do marido economicamente ou por não acreditarem que ficaram seguras após a denúncia. Apesar de ter um crescimento no número de denúncias nos últimos anos, as mulheres ainda enfrentam obstáculos na hora de realizar o boletim de ocorrência, proporcionando mais ainda a submissão ao agressor.             A violência contra a mulher no Brasil ainda é uma realidade, seja devido ao machismo ou até mesmo ao Estado pela demora nos processos. Para que haja diminuição de feminicídios na sociedade, é necessário a divulgação frequente de informações acerca da violência contra a mulher, essa ação pode ser realizada através de ONG's, as quais também podem realizar projetos sociais que asseguram e orientam a vítima que sofreu agressão. Ainda é preciso que o Governo agilize e fiscalize os processos de denúncia de agressão, de forma a garantir os direitos da mulher. Por fim, o investimento do Governo em projetos escolares para conscientizar o machismo enraizado na nossa sociedade é algo que pode mudar o pensamento social a longo prazo.