Enviada em: 15/06/2018

Segundo Sócrates, o debate possibilita que as pessoas atinjam a maiêutica, ou seja, o pensamento racional. Porém, certos temas não são debatidos no Brasil, como a violência obstetrícia. Isso ocorre não só por resistência dos convênios, mas também pela má formação dos médicos.       Primordialmente, o excesso de cesáreas praticadas no país é uma forma de agressão contra as gestantes. Conforme a Organização Mundial de Saúde, as cesarianas são recomendadas a 15% das grávidas, aqui, o setor privado a realiza em 80%. Nessa perspectiva, para Marx, o capitalismo visa o lucro em vez de questões sociais. Assim, o parto natural, mesmo sendo a melhor opção, acaba não sendo realizado por ser um procedimento pouco lucrativo. Por conseguinte, os convênios por meio de lobby barram qualquer lei que poderia gerar discussões sobre o problema.       Outrossim, a má formação médica dificulta o debate sobre o assunto. Sob esse viés, é preciso compreender que médicos utilizam procedimentos retrógrados, como a episiotomia. Essa refere-se a realização de um corte entre a vagina e o ânus, com o intuito de facilitar a saída do bebê. Todavia, pela teoria Darwiana, as mulheres apresentam adaptações, como o quadril largo, que possibilita um parto, na maioria dos casos, sem intervenção cirúrgica. Dessa forma, obstetras não debatem com a sociedade técnicas mais humanizadas, para não se romper com o ‘status quo’.         Fica claro, portanto, que os convênios e a formação inadequada dos médicos dificultam o debate de violência obstétrica. Logo, medidas são necessárias, cabe aos eleitores votarem de forma consciente, isso pode ser feito por pesquisas onlines dos candidatos, a fim de evitar eleger lobbistas de empresas da área da saúde. Ademais, é dever do Ministério da Saúde forma obstetras qualificados, por meio de incentivos ao parto natural, com o propósito de humanizar o atendimento.