Enviada em: 21/05/2018

A maternidade tem sido cada vez mais planejada pelas famílias. Atualmente, essas famílias têm mais acesso a informações acerca da gestação e, principalmente, do parto. A busca por informações pode resultar em notícias hospitalares de violência e tragédia, causando pânico nessas famílias, principalmente nas gestantes. Diante disso, deve-se atentar à falta de cuidados essenciais que o sistema de saúde deixa de oferecer às gestantes ou parturientes, levando a um número elevado de experiências ruins em partos ou durante a recuperação nas maternidades hospitalares.   É evidente a alta incidência de partos induzidos sem critérios definidos. Diante do alto número de casos de violência ou maus tratos em parto, quem possui recursos financeiros suficientes recorre a um hospital privado, onde pode escolher o tipo de parto, geralmente cesárea. Nesse caso, apesar de a Organização Mundial da Saúde (OMS) deixar claro que a preferência deve ser do parto natural, o medo das dores as levam a pagar por uma cirurgia muitas vezes desnecessária, a qual deveria ser indicada por um médico e não ser uma escolha. Em hospitais públicos a ocorrência da cesárea também é frequentemente realizada sem necessidade, para “adiantar” um parto ou até mesmo liberar leitos.    Além disso, deve-se ressaltar o desinteresse das equipes em atentar-se ao bem estar da parturiente.A falta de cuidados com a paciente é, em grande parte, resultado da desumanização das equipes do hospital. Isso é visível nos diversos relatos em que mulheres dizem ter sido agredidas verbalmente pela equipe, que ridicularizou suas dores e seus medos. Tais acontecimentos podem culminar em sequelas psicológicas e até mesmo físicas, como traumas e infertilidade. Dessa forma, é visível que a desumanização da equipe hospitalar é o principal fator responsável pela violência obstétrica.    Por conseguinte, é necessário reverter as situações presentes em hospitais públicos e privados em relação a obstetrícia. É essencial, em faculdades da área da saúde, formar profissionais humanizados e capazes de lidar com situações de desespero e dor. Além disso, as famílias devem ser orientadas sobre seus direitos na maternidade, o que pode ser feito através de folhetos e cartazes distribuídos pelo Ministério da Saúde nas Unidades Básicas de Saúde, que devem anexá-lo ao cartão da gestante. Dessa forma será possível reverter esse quadro e, até que ocorra a mudança, as famílias poderão recorrer a seus direitos quando necessário.