Enviada em: 22/05/2018

Segundo Aristóteles, a política deve ser usada para alcançar o equilíbrio na sociedade.No entanto,quando se observa a violência obstétrica, hodiernamente praticada,no Brasil,é notório que esse equilíbrio é constatado apenas em teoria.De maneira que o problema está inerentemente ligado à realidade do país,seja pela manutenção da cultura cesariana, seja pela negligência da escola para desmistificar esse costume.    Conforme o ideal aristotélico, o Art.6 da Constituição Federal prevê, entre outros, os direitos à educação, à saúde, à maternidade e à infância. Entretanto, é possível perceber que há uma violação 'legitimada' de todos esses direitos na maioria dos hospitais brasileiros. Haja vista que, apesar do parto normal direcionar benefícios à saúde da mãe e do bebê, há uma perpetuação da "cultura cesariana" impulsionada não só pela sociedade, mas também pela classe médica. Em consequência disso, segundo a OMS, o Brasil é o país com o maior índice de partos cirúrgicos no mundo.   Outrossim,destaca-se a desatenção da escola como impulsionadora dessa violência intrísica no parto.Nesse contexto,pode-se observar a desinforma-ção da sociedade acerca de partos normais.Hoje,com os conhecimentos fisiológicos avançados,é possível ter um parto natural,com mínima intervenção médica e sem dor.Além disso,a recuperação do parto é muito mais rápida quando não há procedimento cirúrgico,o que garante à mãe maior autonomia em menos tempo.Todavia,o medo de sentir dor somado à falta de tempo no cotidiano urbano,influenciam na escolha pela cesariana.    É notório, portanto, que ainda há entraves para garantir o bem estar das gestantes no Brasil, pois, como afirmou Durkheim, “O indivíduo só poderá agir à medida que aprender a conhecer o contexto em que está inserido”. Destarte, o MEC deve promover uma cultura que valorize a mulher grávida e lhe garanta informação para poder usufruir de seus direitos. Isso deve ser feito por meio de palestras escolares e campanhas educativas, feitas em parceria com o Ministério da Saúde, a fim de desmistificar o parto normal e garantir às futuras mães brasileiras um pouco mais de seus direitos.