Enviada em: 23/05/2018

Sob a égide grega da procriação    Na Grécia antiga , a mulher era vista como uma criatura sub-humana , inferior ao homem , destinada apenas a procriação. Nesse contexto , hoje , apesar da grande diferença secular , se verifica resquícios de tal pensamento grego no Brasil , quando se constata que muitas futuras mães são submetidas a condições fúnebres durante a gestação e ao decorrer do parto. Desse modo , a violência obstetrícia , em evidência na sociedade brasileira é prejudicial a saúde mental e física do público feminino gestante.  Em uma primeira abordagem , deve-se salientar que a objetificação feminina suscita essa problemática. Esse fato é comprovado , quando se observa a existência de muitos agentes da saúde que realizam o exame de toque na genitália mesmo sem haver necessidade do mesmo , em virtude da mulher ser reduzida a um corpo passível de intervenção médica , manipulável. Consequentemente , as vítimas , geralmente , desenvolvem transtornos psicológicos , a exemplo da depressão e síndrome do pânico , devido a mutilação sentimental que estas sofrem enquanto gestantes. Sob esse prisma , de acordo com o conceito de " Habitus" do sociólogo Pierre Bourdieu , as visões sociais são determinadas pelas agências , como a mídia , e enquanto tal instituição não trabalhar contra essas manifestações , a concepção do público feminino como artigo ira se perpetuar na sociedade.                                                  Além disso , cabe discorrer sobre o parto tecnocrático , semelhante a uma linha de produção fordista, adotado no Brasil. Essa assertiva é exemplificada quando se verifica o uso de ocitocina para acelerar o tempo que as mães "dão a luz" aos seus filhos , em razão de uma visão desumanizada por parte dos médicos . Com efeito , a manipulação indiscriminada de tal momento por meio de fármacos , coloca a saúde da mulher em risco , podendo esta ter alguma reação corporal levando ,em casos extremos, ao óbito. Sob essa ótica , a realidade obstetrícia atual em muito se parece com o modo de produção proposto por Henry Ford , no século XX , uma vez que o corpo feminino é visto como um meio para procriação, assim como as máquinas , e o fato de utilizar um método rápido de alcançar o produto , como constatado na criação de um modelo de geração independente das particularidades.            Torna-se evidente, portanto , que a violência obstetrícia no Brasil é nociva ao bem estar das futuras mães. Desse modo , a mídia deve promover uma mudança no pensamento social , sobretudo dos agentes de saúde , por meio de campanhas de propagandas que abordem as consequências negativas do parto desumanizado , com o intuito de sensibilizar as pessoas e tornar a medicina mais humanizada. Assim , a partir dessas medidas , é possível romper com a ideologia grega na qual a mulher tem a procriação como sua única função.