A violência obstetrícia compreende os atos praticados por profissionais da saúde que prejudicam a integridade física e psicológica da mulher gestante ou parturiente. Por isso, é necessário o debate acerca dessas práticas nos hospitais brasileiros, visto que, as consequências desse tipo de violência interferem na autonomia de decisão feminina sobre o seu corpo, sua sexualidade e a moral. De acordo com pesquisas coordenadas pela Fiocruz, cerca de 50% dos nascimentos no Brasil ocorrem com intervenção cirúrgica, ainda que a OMS indique que o ideal seja de 15%. Esses dados revelam a predominância de valores como economia de tempo e maior lucratividade para os hospitais, além da desatualização, por parte dos médicos e enfermeiros, quanto a prática de novas técnicas e manobras. Visto a submissão da parturiente frente aos procedimentos médicos, muitas mulheres os realizam sem o entendimento completo de suas opções. Além do atentado contra a integridade física da paciente, a violência obstetrícia abrange as ações verbais e comportamentais que causam constrangimento e insegurança na parturiente. É possível citar, como exemplo, comentários que menosprezam o esforço da mulher, ou o descumprimento do direito ao acompanhamento na sala de parto. Todos esses fatores são, comprovadamente, prejudiciais a saúde psicológica. Dessa forma, compreendidos os malefícios da violência contra a mulher gestante e parturiente, é necessária a denúncia contra tal abuso, de forma a efetivar o direito à cidadania e saúde feminina, além da preservação da liberdade sexual e reprodutiva. Portanto, o Governo Federal e o Ministério da Saúde devem implementar leis que penalizem médicos e hospitais, criminalizando a violência obstetrícia. Além disso, deve ser garantido e ampliado na rede pública de saúde, o direito ao parto humanizado e o respeito as escolhas individuais da mulher. Todavia, as faculdades e instituições educacionais da área de saúde devem orientar corretamente seus alunos, garantindo a formação de profissionais éticos.