Enviada em: 29/05/2018

Não restam dúvidas que o sexo feminino é alvo constante de violência. Nesse contexto, a violência obstétrica afeta uma a cada quatro mulheres, um número subestimado, pois muitas mulheres não entendem que foram vítimas desse tipo de violência. Além disso, os efeitos são sérios e podem causar depressão, dificuldade de cuidar do recém nascido e também problemas na sexualidade da mulher.    Casos de violência obstétrica são registrados com frequência e englobam diversos tipos de opressão em relação à parturientes, entre estes violências verbais e não verbais que constituem irresponsabilidade dos profissionais da saúde como a falta de analgesia, episiotomias desnecessárias - corte entre a vagina e o ânus sem consentimento da mulher, a proibição de acompanhante durante o parto, entre outros comportamentos resultantes de negligência médica. Consequentemente pela falta de informação, muitas parturientes não sabem seus direitos no pré-parto, durante o parto e no pós parto.     Ademais, há ausência de humanização na formação de profissionais da saúde, e no caso de alguns médicos homens a cultura do machismo pode prevalecer nessas situações, como por exemplo o "ponto do marido", que são pontos extras para "apertar" a região que foi feita a episiotomia, com o intuito de teoricamente aumentar o prazer sexual do marido ou parceiro. Em algumas clínicas e hospitais o plano de parto está sendo implementado, o documento escrito pela mulher, juntamente com sua família, orientada pelos profissionais de saúde de sua confiança, deixa registrada suas preferências de forma clara sobre o que gostaria e o que não gostaria que acontecesse durante o parto, pós-parto e cuidados com o bebê e quaisquer alterações só poderão ser feitas com autorização da parturiente.    É imprescindível a urgência que essa situação requer. A Organização Mundial da Saúde deve ser mais criteriosa, tornando obrigatório o plano de parto em todos os hospitais, assim as gestantes podem ter autonomia sobre os procedimentos que serão ou não realizados, não só o plano de parto mas também regulamentar punições referentes ao ato, além de oferecer apoio psicológico e judicial às vítimas dessa violação de autonomia. A experiência de parto se torna terrível e traumática se não for realizado com amabilidade.