Enviada em: 29/05/2018

A ocitocina, um dos hormônios produzidos pela hipófise posterior, estimula a produção de leite e as contrações uterinas durante o período gestacional. No Brasil contemporâneo, entretanto, percebe-se que, além de tais constrições, muitas mulheres sofrem com a displicência e a violência obstétrica cotidianamente. Nesse sentido, faz-se necessário combater, por meio das esferas executiva e judiciária, o abuso a esse fenômeno fisiológico.              Mormente, analisa-se que a negligência e a disparidade corrobora para a manutenção do impasse. Isso porque, embora existam vagas preferenciais e a propagação da noção de respeito às gestantes, muitos indivíduos ignoram tais medidas de acessibilidade e as ofendem com comentários constrangedores. Consequentemente, assim como defende Zygmunt Bauman no livro "Modernidade Líquida", a sociedade moderna tem estabelecido relações fragmentadas, de maneira a perpetuar a irreverência e hostilidade contra as grávidas. A título de exemplo, consoante o estudo "Mulheres brasileiras e gênero no espaço público e privado", uma em cada quatro mulheres sofrem algum tipo de violência obstétrica no país.              Ademais, nota-se ainda que a inoperância do atendimento médico atua como catalisador do impasse. Isso visto que, mediante o cenário inóspito da saúde pública, mulheres que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS) estão submetidas à desatenção e a violências, como a necessidade de cesárias que não são realizadas porque o sistema, no momento daquele parto, já teve seu limite atingido. Soma-se a isso o fato de que, apesar de haver o conceito de humanização na formação médica, alguns profissionais cometem práticas e intervenções desnecessárias as quais se configuram como violência física. Por exemplo, o ex-médico ginecologista Roger Abdelmassih  utilizou sua profissão como meio de satisfazer-se sexualmente, de forma a agredir mulheres grávidas ou não.             Urge, portanto, que práticas ofensivas contra gestantes são comuns e devem ser evitadas no país. Destarte, o Governo, em parceria com o Ministério da Educação, deve criar uma estrutura abrangente de combate ao desrespeito, através de palestras, disseminadas pelo setor midiático e ministradas por ginecologistas e professores, sobre a importância da afetividade e cautela com tal grupo, a fim de garantir a proteção e acatamento à maternidade. Outrossim, o Congresso Nacional deve desenvolver uma legislação específica sobre a violência obstétrica, bem como destinar mais investimentos à saúde pública, mediante uma alteração na Lei de Diretrizes, com o intuito de promover um avanço no sistema assistencial do país, o qual não coaduna com a própria Magna Carta. Dessa forma, poder-se-á atenuar as dores da fase gravídica e garantir um parto saudável às mulheres.