Enviada em: 04/10/2018

O documentário "O Renascimento do Parto" discorre sobre o ato de parir na atualidade, discutindo principalmente a violência obstetrícia, que, infelizmente, é uma relato comum entre muitas brasileiras. Em suma, essa condição está relacionada diretamente a cultura patriarcal do país, a qual mantém a mulher como mero ser reprodutor não pensante, lógica esta que atinge o meio profissional médico, que por sua ver trata o parto como um ato de produção desumanizado, o que causa sérias consequências sociais, sendo necessários debates sobre o assunto.      Sob esse viés, cabe ressaltar que 25% das mulheres brasileiras já sofreram abuso na hora do parto, segundo pesquisas. Esse triste fato é intrinsecamente associado com a "violência simbólica", do sociólogo Pierre Bordieu, que é a violência "invisível" construída cultural e linguisticamente, sendo perpetuada pelas instituições sociais. Um exemplo claro deste conceito é o machismo mantido na sociedade brasileira, transmitido pela mesma e achando-se como obstáculo para a mulher até no âmbito obstetrício, no qual é tratada apenas como objeto reprodutor que trás o lucro financeiro para hospitais, revelando a ignorância do meio social em relação a segurança da gestante e dos futuros cidadãos do país.      Ademais, segundo os princípios de Beneficência e Não-maleficência da bioética de Van R. Potter, deve-se assegurar ao paciente a segurança e o mínimo de danos possíveis. Entretanto, em contradição com esses valores ensinados aos profissionais de saúde, segundo pesquisas da revista Época, 73% das mulheres entrevistadas, tiveram acesso a procedimentos que aliviam a dor na hora do parto negados. Essa falta de comprimento de deveres dos hospitais e profissionais da saúde, pode causar diversos danos físicos (cortes desnecessários) e psíquicos (depressão pós-parto), além de colocar em risco a vida do bebê.      Dados os fatos apresentados, é certo que o comportamento social em relação à mulher e ao parto devem mudar, por isso, o Ministério da Educação deve inserir no plano escolar da disciplina de biologia aulas expositivas, com livros didáticos e apostilas, sobre o processo da gravidez ao parto, ensinando todos os cuidados precisos, como por exemplo, o pré-natal, conscientizando a população desde cedo. Outrossim, o Ministério da Saúde deve fiscalizar assiduamente o comportamento de hospitais e profissionais da saúde, através de pesquisas, criando leis e sanções para punir os indivíduos causadores da violência, também conscientizando e incentivando denúncias. Todas essas medidas tomadas para criar um Brasil isento de casos como os do documentário "O Renascimento do Parto".