Enviada em: 20/06/2018

Inaugurado no Ocidente, no século XX, o parto instrumentalizado buscava o bem estar materno e do nascituro. Tal ação acarretou equivocadas intervenções, que unindo forças com as agressões verbais, designam a violência obstétrica, estas podem causar desordens psicológicas e sexuais na mulher por toda vida. Embora, no Brasil, exista um crescente movimento social a favor do resgate da humanização no nascimento a inconsciência da parturiente como vítima e a negligência das maternidades dificultam o processo de combate ao desrespeito do binômio mãe-filho.  É primordial ressaltar que segundo pesquisa da Fundação Perseu Abramo, uma em cada quatro mulheres, no Brasil, sofreram violência obstétrica, entretanto, o dado é subestimado, uma vez que a vítima tem dificuldade de reconhecer o fato. Isso decorre da crença social sobre o nascimento, que alienados ao saber médico hospitalar acreditam que todas as intervenções realizadas são necessárias. Como consequência, a mulher o familiar, quando não bem instruídos, são inertes diante procedimentos prescindíveis, como exemplo, episiotomias, lavagem intestinal, jejum no parto vaginal, cesariana sem indicação, além das afrontas verbais.   Concomitante a estagnação social no processo de parir, evidencia-se a negligência das maternidades como desencadeante da problemática. A esse respeito, as instituições maternas baseadas no modelo cirúrgico do parto, não possuem estrutura física e profissionais preparados para atender o tempo de curso fisiológico, assim intervêm antecipadamente para acelerar o processo. Contrapondo ao modelo errôneo, como exemplo, temos no SUS o Hospital Sofia Feldman, localizado em Belo Horizonte, referência no Brasil em parto humanizado, no qual a mulher é protagonista da cena e o profissional apenas à assiste em suas necessidades.  É evidente, portanto, que há entraves para combater a violência obstétrica no Brasil, sendo indubitável a necessidade de discutir o tema. Dessa maneira, é preciso que o Ministério da saúde una forças com as ONGs que defendem a causa e intensifiquem os movimentos contra o desrespeito obstétrico, por meio de propagandas nas mídias tradicionais e em redes sociais, para promover o pensamento crítico da população a cerca da identificação de tal atitude arcaica. Além disso, as Secretarias Municipais de Saúde devem cobrar das maternidades a adesão ao parto seguro, por meio de reciclagem estrutural e de colaboradores da saúde, para que seja oferecida uma assistência com o mínimo de intervenções. Nesse âmbito, é urgente ações de melhoria, pois conforme afirmado pelo filósofo Friedrich Schiller “A violência é sempre terrível, mesmo que a causa é justa”.