Enviada em: 25/06/2018

Banalização cultural    A diversidade cultural é um patrimônio da humanidade, entretanto, em meio ao processo de transculturação pode haver também uma aculturação, devido à tentativa de uma cultura dominante de se impor sobre outra civilização. Dessa forma, muitas etnias foram obrigadas a se desarraigarem de seus costumes, os quais eram considerados primitivos. No entanto, atualmente, a indústria do  consumo tem popularizado a venda de elementos culturais, os quais eram vistos  como um lixo que deveria ser removido da sociedade por apresentarem uma ameaça à  ideologia hegemônica da cultura dominante.           Diante desse problema, os sociólogos Theodor Adorno e Max Horkheimer criticavam os meios de comunicação de massa pelo fato deles banalizarem a produção cultural, gerando um consumo acrítico e passivo. Ou seja, os indivíduos compram alienadamente elementos de uma determinada cultura, como um cocal indígena, por exemplo, sem saberem o verdadeiro significado daquele material, de modo a tornar o objeto popularizado, mas o valor cultural vulgarizado.              De maneira análoga, o filósofo Michel  Foucault  afirmava que saber é poder. Este é usado pelas classes dominantes por meio do discurso ideológico. Diante desse fato supracitado, as culturas dominantes sabem o significado dos elementos culturais das civilizações que oprimiram, porém como desejam manter o poder, as hierarquias usam a indústria  cultural dos meios de massa para disseminarem sua ideologia, a qual objetiva  manter-se superior e alienar os indivíduos, de modo com que eles  consumam mesmo sem conhecerem o significado cultural dos elementos.              Entende-se, portanto, que a apropriação cultural é fundamental na sociedade atual desde que ela permita aos indivíduos conhecerem o significado da cultura, da qual eles estão se apropriando, de modo a romper com a estereotipação de civilização avançada e primitiva. Desse modo, é necessário que o Ministério da Cultura promova campanhas publicitárias  por meio   da mídia, convidando pessoas de diferentes culturas, para que estas relatem à sociedade sobre o contexto histórico e simbólico de suas culturas. a fim de que a sociedade saia da condição de consumidor alienado, como afirma Adorno e Horkheimer e saiba exatamente  sobre os contextos culturais   em que se está inserida, de forma que tenha o poder, como afirma Michel Foucault, de propiciar uma geração esclarecida e tolerante.