Enviada em: 15/08/2018

Recentemente o Brasil tem assistido a inúmeras manifestações de gestantes e mães que, cansadas de carregar tanto no físico quanto no psicológico as marcas de descasos sofridos durante a gestação, estão tomando força para falar. Dessa forma, é extremamente essencial fomentar o debate acerca da violência sofrida por elas, tendo em vista as práticas antiquadas e a falta de empatia por parte dos profissionais da área.        A Organização mundial da Saúde já documentou diversas vezes que alguns métodos utilizados não devem ser praticados como regra, como por exemplo o soro que contém ocitocina, substância que, quando imprescindível, ajuda na contração e dilatação para facilitar o parto. Na maioria dos casos pode ser empregado técnicas não medicamentosas, como massagens e banho com água morna, respeitando o tempo natural do corpo e a vontade da mulher.        Aliado à isso, pesquisas recentes apontam que 1 em cada 4 mulheres são vítimas dessa hostilidade. A exigência de não gritar, de permanecer deitada, de negar informações ou em casos extremos, afirmar coercitivamente que o parto natural não é possível e realizar a cesárea contra a vontade da mãe e sem dar explicações à ela, são exemplos de atitudes vindas de médicos e enfermeiros dentro de instituições que deveriam prezar pela integridade e humanidade do momento.       O sociólogo Émile Durkhein afirmava que para mudar a sociedade é preciso fornecer ao homem novas maneiras de pensar. Nesse sentido o Ministério da Saúde juntamente com o SUS deve disponibilizar material em postos de saúde, que contenham informações essenciais para a gestante e seus familiares com o intuito de sanar as dúvidas recorrentes e para que a sociedade no geral tome conhecimento também sobre o tema. Ademais o Conselho Federal de Medicina precisa promover a fiscalização de médicos, certificando-se que haja um real debate com a paciente em prol do assunto, possibilitando tranquilidade e a humanização do processo de concepção como um todo.