Enviada em: 12/08/2018

É indubitável que a violência e o desrespeito contra à mulher é algo que perdura desde os primórdios da humanidade. Entretanto, é lamentável que mulheres sejam lesadas durante o nascimento de seu filho. A insensibilidade de profissionais da saúde, em contraste com mulheres que nem ao menos sabem de seus direitos durante a concepção de seu filho, contribuem para que essa prática crie raízes, evidenciando a necessidade de extinguir esse tipo de violência.   Segundo o filósofo francês Jean-Paul Sartre ''a violência seja qual for a maneira que ela se manifeste, é sempre uma derrota''. Quiça, a desumanização de médicos e enfermeiros, que deveriam ajudar a parturiente em momentos de dores, são aqueles que contribuem e praticam a violência, seja por agressões físicas ou verbais. A desqualificação desses profissionais ou até mesmo a falta de atualização do curso, visto que, muitos insistem em práticas antiquadas, como a episiotomia em casos em que esse procedimento não é necessário, podendo causar a mulher problemas na sexualidade e até stress pós-traumático. Além da influência e pressão para que a mulher tenha o bebê por meio de cesariana, já que ocupa menos tempo e recursos médicos, mesmo em casos em que o parto natural seria o mais viável.   Ao passo que, no passado, comumente em civilizações gregas a mulher era vista como objeto de procriação, menosprezada moralmente e sem direito algum. Por analogia, muitas mulheres ainda não sabem de seus direitos durante e após a gestação, que apesar de atualmente lhes serem garantidos por lei muitas vezes não são cumpridos ou ao menos divulgados, como por exemplo, o direito a acompanhante durante o parto, anestesia e métodos não medicamentosos para aliviar a dor.   Somando-se aos aspectos supracitados, a violência obstetrícia, é um transtorno que urge por solução. Inicialmente o Ministério da Saúde poderá fornecer cartilhas de boa práticas obstétricas, que demostrem aos profissionais da saúde a prática e o suporte humanizado que deve ser prestado durante a gestação e o parto, que evidenciem o quanto as mulheres estão fragilizadas e débeis durante essa fase. Outrossim, é importante investir na fiscalização da conduta médica e regulamentar punições a todos que praticarem atendimento irregular. Por fim, cabe a divulgação dos direitos da gestante, por meio de cartazes em hospitais e postos de saúde, a fim de que ao conhecerem seus direitos eles serão exigidos e devidamente cumpridos. Só assim, o nascimento do filho não será mais um momento de  agressão e derrota para as mulheres, mas sim de alegria com o suporte que merecem.