Enviada em: 22/08/2018

Tratamento humilhante, agressões verbais, recusa de atendimento, privação de acompanhante realização de procedimentos médicos desnecessários são alguns dos muitos casos de violência obstetrícia que ocorrem até os dias atuais. Nesse viés, para as mulheres que optam por ter filhos o momento do parto deveria ser um dos mais importantes e com boas lembranças, mas vêm sendo traumáticos e embora a lei já esteja a favor dessas mães, muitas são negligenciadas. Nesse cenário, então, fazem-se necessárias melhores discussões para solucionar a problemática, visto que violência de nenhum tipo é aceitável para mais com mulheres num momento tão delicado.    Há alguns anos, a violência obstetrícia não era vista como uma violência, as mulheres não reclamavam nem questionavam já que a maioria dos partos eram feitos daquela maneira. Atualmente, com o surgimento das correntes humanistas e de proteção às mulheres a ideia de partos mais humanizados e não mais aceitação de certas práticas e negligências médicas passaram a ser pensadas e adotadas pelas mulheres. Além disso, as leis foram surgindo e embora o Brasil não tenha uma norma legal que criminalize a violência obstetrícia, já existem amparos quanto ao direito, por exemplo, de terem acompanhantes.      Ademais, outro fator relevante na violência contra as mulheres na hora do parto é a cesárea já que esse procedimento é mais caro, tem uma recuperação mais lenta e complicada, gera na mulher uma cicatriz e alguns especialistas afirmam até ser de maior risco às gestantes. Devido a isso a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou que apenas 15% dos partos sejam de cesariana, mas no Brasil esse número chega a 56% sendo o país recordista na América Latina. Além disso, segundo a Fundação Perseu Abramo, uma em cada quatro mulheres ainda são violentadas pré, pós ou no momento do parto.     Portanto, para que esse debate seja solucionado, primeiramente, as mulheres devem criar os chamados planos de parto com seus médicos, precisam ter confiança nos mesmo e, principalmente, comunicar todas suas vontades, duvidas e apatias. Além disso, as esferas governamentais com um papel superior necessitam fiscalizar o cumprimento das leis já vigentes e, acima de tudo, devem aprovar os projetos de leis que ainda estão em trâmite como o que estabelece que os profissionais da saúde deem prioridade à assistência humanizada à gestante e ao recém-nascido e o que fornece qualificação básica às parteiras tracionais podendo exercer o oficio pelo SUS também. E é importante, ainda, que as mulheres violentadas denunciem pelo Disque-Denúncia (180) ou Disque Saúde (156) e como Michel Odent disse, "Para mudar o mundo é preciso antes, mudar a forma de nascer".