Enviada em: 14/10/2018

Parto Inseguro       Promulgada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1948, e Declaração Universal dos Direitos Humanos garante a todos os indivíduos o direito à segurança e ao bem-estar social. Conquanto, a violência obstétrica impossibilita que parcela da população feminina desfrute desse direito universal na prática. Nessa perspectiva, esse problema deve ser debatido e superado de imediato para que uma sociedade justa para as mulheres seja alcançada.       É indubitável que, no contexto do século XXI, o machismo continua arraigado à cultura brasileira. Por fruto disso, têm-se uma geração de mulheres grávidas sendo violentadas física e emocionalmente durante o trabalho de parto. Sabe-se que, um dos motivos para esse quadro é a banalização do bem-estar feminino durante a gravidez, por consequência de uma cultura machista. De acordo com a revista Época, Joyce Guerra, de 31 anos, foi desrespeitada durante o seu parto, já que, no momento dele, avisou que a anestesia não havia funcionado e foi ignorada pelos médicos, sofrendo terríveis dores. Cabe aos médicos mudarem esse cenário injusto, afinal, como disse o ativista político, Martin Luther King, "A injustiça num lugar qualquer é uma ameaça à justiça em qualquer lugar".        Faz-se indispensável, ainda, salientar o escasso debate sobre a temática como um problema vigente. Com um maior debate sobre essa prática machista e violenta contra as gestantes, cria-se uma maior propensão para a identificação desses atos por parte das próprias mães e por parte dos médicos. Lamentavelmente, a população, no geral, não sabe apontar quais atitudes configuram uma violência obstétrica, como submeter as gestantes à situações humilhantes e vãmente dolorosas. Essa situação ignóbil está relacionada à inexistência ou incipiência de políticas públicas com o intuito de informar aos brasileiros os resultados malfazejosos dessa forma de violência.         Destarte, pela observação dos aspectos analisados, faz-se indispensável que o Estado, por seu caráter abarcativo, em união à Organização Mundial da Saúde (OMS), promova uma campanha, que se chamaria "Parto Seguro". Nela, médicos renomados e ativistas feministas dariam palestras em escolas e universidades e participariam de propagandas midiáticas com o intuito de informar os males físicos e psicológicos sofridos por muitas brasileiras durante ou após o parto, por consequência da violência obstétrica e, ainda, mostrar que essa forma de agressão deve ser denunciada. Logo, essa ameaça constante e invisibilizada poderá ser combatida.