Enviada em: 27/10/2018

O parto é o momento mais delicado do período gestacional de uma mulher e envolve cuidados físicos e emocionais que preserve a dignidade da mãe. No entanto, a violência obstétrica recorrente no Brasil revela uma oposição ao que deveria ser tido como normal. Tal cenário pode ser explicado pela superioridade médica e a inexistência de uma lei efetiva, que demonstra a necessidade de mudanças educacionais e legislativas.        Em primeira análise, o sentimento hegemônico frente à fragilidade materna torna a equipe médica violenta. Partindo dessa ideia, sabe-se que a alta concorrência por uma vaga na faculdade de medicina cria uma atmosfera de superioridade entre os acadêmicos. Consequentemente, essa pseudo soberania é levada para o ambiente hospitalar e é convertida em desrespeito e maus tratos contra as parturientes, fato que torna o parto um momento traumático.         Ademais, a ausência de uma leia no âmbito nacional impede que os agressores sejam punidos. Nota-se que a teoria do Contrato Social de Locke que apresenta regras que limitam as ações humanas encontra-se deturpada à medida que mulheres são violentadas no momento do parto e após isso outras mães tem a mesma experiência por não haver um meio de frear os abusos médicos.       Torna-se evidente, portanto, que a violência obstétrica quebra a normalidade da gestação. Logo, cabe ao Poder Legislativo criar uma lei para todo o território nacional, que qualifique os maus tratos durante o parto como crime, por meio de debates na Câmara dos Deputados Federias a respeito da sua necessidade. Além disso, as universidades devem acrescentar na grade curricular palestras sobre violência obstétrica. Com essas medidas, talvez, a dignidade materna seja preservada.