Enviada em: 05/02/2019

É indubitável que o sexo feminino é alvo constante de violência. Nesse contexto, em decorrência da vulnerabilidade de gestantes parturientes, aliada a visão inferiorizadora dos médicos, a violência obstétrica tem ultrapassado os campos físico e moral- gerando irreparáveis danos a maternidade brasileira. Sendo assim, é notório que a perda de empatia e a defasada infraestrutura educacional intensificam a problemática.       Primordialmente, a educação superior na área da saúde é subfinanciada no Brasil, visto a carência dos hospitais universitários e o desmazelo no preparo dos profissionais. Nesse cenário negligente, a formação íntegra dos estudantes se torna utopia, o que proporciona profissionais incapacitados de realizar procedimentos e atender a demanda social. Para comprovar tal conjuntura, segundo a OMS, o parto cesária prevalece sobre o parto normal, uma vez que é mais fácil para quem realiza o processo, porém, é danoso para mulher, visto que demora a cicatrização.                  Ademais, hodiernamente, a falta de empatia marca as relações sociais, devido o crescimento do individualismo. Segundo Zygmunt Bauman, a lógica hipercapitalista subverteu o sentimento empático, o que causa, por consequência, menos afetos nas relações sociais. Para ilustrar, de acordo com a revista Veja, 25% das gestantes sofrem violência durante o parto, como a falta de analgesia, agressão verbal e atendimento desrespeitoso. Com isso, é mister assegurar a integridade das parturientes.                  Mediante o elencado, é necessário desenvolver políticas que combatam a violência obstétrica. Portanto, cabe ao Ministério da Educação disponibilizar um sistema de atendimento, via telefone ou internet, que tenha o intuito de receber denúncias de instituições que não proporcionam o ensino e infraestrutura coerentes com seus gastos. Por fim, a sociedade deve enfatizar a importância da empatia, por meio de campanhas em hospitais e debates nas escolas, objetivando gerar uma população que se coloque no lugar do outro. Desse modo, será possível cessar a violência obstétrica no Brasil.