Enviada em: 04/06/2019

A América Latina é a região com maior índice de cesáreas no mundo e o Brasil está em segundo lugar como o país que mais realiza esta operação. Ainda que seja um procedimento facilitado, assim como qualquer outro método cirúrgico, este tipo de parto também apresenta riscos e deveria ser feito apenas em casos de extrema gravidade, quando a mãe ou o bebê correm risco de vida. Quando há indicação da realização da cesariana, apenas por acomodamento medico, por ser uma cirurgia de pequena duração, pode ser classificado como violência obstétrica. Este tema é pouco abordado em todo o mundo, o que faz com que as pessoas não tenham conhecimento do que é a violência obstétrica. Este tipo de agressão pode estar presente durante a gestação, manipulando a mãe a fazer a cesárea sem necessidade, no momento do parto, com agressões verbais reprimindo a progenitora, piada e abuso de medicações contra a vontade da paciente ou a recusa dos tais, executar procedimentos sem explicar a finalidade e sem o consentimento da gestante, como a episiotomia e em alguns casos há o desrespeito da lei, que está em vigor desde 2005, que permite que a gestante tenha um acompanhante durante o parto, a violência obstétrica pode ocorrer também no período pós-parto, não permitindo o contato mãe-bebê após o nascimento. Não ter informações, faz com que as mulheres não saibam que estão passando por essa situação ou que já passaram e que podem recorrer a justiça para punir os agressores. De acordo com a CBN, entre janeiro e abril deste ano, o número de denuncias de violência obstétrica à central de atendimento a mulher, aumentou dez vezes em relação a este período em 2018, chegando a 260 ligações em apenas quatro meses. Por esses motivos, vem crescendo a busca por casas de partos, para um parto humanizado, seguro, respeitoso. Combater a violência obstétrica é promover a saúde mental e o bem esta da mulher, é reduzir a mortalidade materna e garantir que o momento do parto seja algo lembrado com amor. Dessa forma, para reduzir os números de violência obstétrica, o Ministério da Saúde, juntamente com o Ministério da Educação e o Ministério da mulher, deveriam promover palestras, abertas ao público, sobre o tema, com orientações médicas. Outro viés importante para diminuir este índice, é fazer um plano de parto, que funciona como um contrato, assinado pelo médico obstetra, gestante e hospital da escolha da mulher, onde a paciente deixa explicito quais os procedimentos está de acordo a se submeter, e os que não aceitaria de maneira alguma, tornando a mulher a protagonista do seu parto.