Enviada em: 06/09/2019

O filme Juno fala sobre uma jovem de 16 anos que engravidou de um amigo. Ela passa a procurar um casal a quem possa entregar o bebê, já que não se considera em condições de criá-lo. Apesar do filme ser ficcional e se passar nos EUA, existe diversas proximidades com a questão da realidade no Brasil. Nesse contexto, é inegável o fato de a gravidez na adolescência decorre da falta de educação sexual nas escolas.      Primeiramente, embora venha registrando menores casos de natalidade adolescente, no Brasil, o número ainda é preocupante e requer atenção. Segundo dados do IBGE, de cada cinco bebês que nascem, um tem a mãe com idade entre 15 e 19 anos de idade, o que só reforça a importância de conscientizar, informar e trazer à tona a necessidade de se combater a gravidez precoce. A gravidez na adolescência é prejudicial sob ponto de vista da perspectiva de vida do adolescente. É frequente que a mãe abandone a escola e interrompa definitivamente os estudos, o que é um fator complicador para o futuro. Além disso, uma gestação indesejada, às vezes, é fruto de relações de poder ou casos de violência, o que gera traumas permanentes.      Segundamente, o Estado Brasileiro se encontra indiferente em relação a questão da gravidez na adolescência, a partir do momento que não impõe educação sexual nas escolas de uma maneira mais prática e concreta, seja por meio de uma certa incompetência na distribuiçao de métodos contraceptivos nos serviços públicos de saúde. O assunto precisa ser discutido, seja na escola, nas famílias e principalmente em ações de políticas públicas. Afinal, a medida mais eficaz para prevenir a gravidez na adolescência ainda é a educação. Os adolescentes precisam de orientação e conscientização, os pais precisam romper as barreiras quando o assunto envolve sexualidade. É preciso falar e permitir que seus filhos aprendam, bem como a proteção necessária nas atividades sexuais, como os métodos contraceptivos. Tais informações não servem para estimular os jovens, e sim evitar uma gestação precoce e a transmissão de doenças.      Considerando os aspectos mencionados, fica evidente a necessidade de medidas para reverter a situação. O Ministério da Saúde em parceria com os veículos midiáticos, devem promover o esclarecimento formal e informal da sociedade brasileira acerca das malezas oriundas da gravidez na adolescência por meio da transmissão, em horários nobre, de telenovelas com elenco engajado na causa com objetivo de diminuir a gravidez na adolescência. Só então seremos uma sociedade que promove a redução de gravidez na adolescência.