Enviada em: 15/09/2019

Na Antiguidade, a procriação, além de ser a principal função da mulher, era símbolo de dignidade e obrigação moral.Nesse contexto, quanto mais precoce ocorresse a gravidez, mas cedo tornaria-se uma mulher honrada. No entanto, apesar da alteração desse pensamento na contemporaneidade, o Brasil sofre com elevados índices de gravidez na adolescência, dos quais 66% são indesejáveis, de acordo com o Ministério da Saúde. Desse modo, nota-se que ausência do acesso às informações, fator que acomete principalmente os menos abastados, é o principal fator que contribui para o agravamento dessa problemática, a qual desencadeia profundas consequências a esses jovens pais.  Primeiramente, cabe destacar que a desigualdade social, seguida da falta de acesso às informações necessárias, são as principais causas do problema em questão. Diante disso, em função da falta de escolaridade e de meios para se conscientizar, as classes de menor renda per capta, residentes em periferia, possuem 40% a mais de probabilidade de conceber filhos na adolescência, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde. Consoante ao contexto, sem a devida conscientização sobre os efeitos da gravidez precoce, esse fato é propenso a perpetuar-se, pois, de acordo com o filósofo suíço Jean Rousseau, o indivíduo é, e tende a ser, produto do meio social em que está inserido. Assim, aumenta-se o desafio das instituições sociais de reverter tal impasse.  Por conseguinte, com a possível perpetuação desse quadro devido à ausência de conscientização, consequências estruturais, como a evasão escolar, a qual gera empecilhos futuros, acomete esses indivíduos. Sob essa ótica, conforme mostra os dados expostos pelo jornal G1, 75% das mães adolescentes não concluem o ensino médio, cessando seu processo de formação educacional. Desse modo, são prejudicadas ao tentar inserirem-se no mercado de trabalho, principal fator que aumenta o índice de desemprego entre os jovens, segundo uma pesquisa feita pela revista Exame. Portanto, é necessário medidas para reverter esse quadro atual.  Destarte, conclui-se que a desigualdade social, associada à falta de informação, são responsáveis pela piora da problemática abordada. Dessa forma, urge ao Estado, em parceria com o Ministério da Saúde, realizar projetos de políticas públicas que ampliem o acesso aos métodos contraceptivos, explicando sua finalidade e o modo correto de uso, por meio das mídias sociais, como internet e televisão, a fim de minimizar os casos de gravidez precoce. Além disso, é mister que a família e a escola, eduquem desde cedo os indivíduos, alertando-os sobre as possíveis consequências maléficas desse impasse, com o objetivo de conscientiza-los.Assim, através da educação, a qual tende a ser transformadora, de acordo com Paulo freire, os índices de gravidez precoce serão reduzidos, distando da Antiguidade retrógrada.