Enviada em: 09/10/2019

No filme americano "Simplesmente acontece" é relatada a história de Rosie que tem a sua vida drasticamente mudada ao engravidar com 17 anos, quando estava prestes a entrar na universidade. Dessarte, o drama vivido pela personagem é visto na vida de muitas meninas do Brasil, dado que a gravidez na adolescência é algo que, infelizmente, se evidencia de forma abrangente. De maneira que, para combater esse cenário é crucial lidar com dois fatores: a desigualdade e a falta de diálogo.     De fato, a desigualdade suscita muitas falta ao indivíduo como a ausência de uma moradia digna, acesso à cultura, à saúde, a um ensino de qualidade, dentre outros. Assim, essa é a realidade de inúmeras adolescentes das regiões mais pobres do país, não sendo inconsistente que 35,8% das meninas grávidas estejam no Nordeste, segundo o IBGE. De modo que, o âmbito que as cerca não apresenta perspectivas de crescimento e muitas vezes o sistema de saúde é falho por não orientar com eficiência a respeito de uma vida sexual consciente, sendo essenciais políticas públicas combativas.     Por outro viés, conforme explicitado pela neurociência, nesse estágio da vida o cortéx pré-frontal, região relacionada à tomada de decisões, ainda é pouco desenvolvido, o que caracteriza os desejos impulsivos da fase. Tal fato, atrelado a uma condição familiar e social passiva é preocupante, já que os próprios pais evitam falar sobre sexualidade e muitas vezes não escutam seus filhos quando são indagados. Nesse sentido, cria-se um ambiente permissivo para ações inconsequentes, que podem levar a uma gravidez. Fazendo com que seja primordial o incentivo para a conscientização plena.      Em suma, a problemática evidencia-se respaldada pela segregação social, bem como, pela apatia no meio no qual esses jovens estão inseridos. Portanto, para a modificação dessa conjuntura é preciso que o governo em todas as suas instâncias (municipal, estadual e federal) se una aos Ministérios da Saúde, Educação e demais competentes, para que seja realizado um programa completo com campanhas, cursos, fóruns, etc. sobretudo nas áreas mais necessitadas. De modo que, ocorram com o auxílio de publicitários, médicos, professores, psicólogos, dentre outros, em escolas, universidades, postos e hospitais, visando mostrar perspectivas de crescimento, os riscos da gravidez precoce e o que fazer para se prevenir eficazmente. Ademais, é fundamental que a comunidade como um todo seja instigada a participar. Só desse modo, por meio do engajamento coletivo, será possível vislumbrar a mudança.