Enviada em: 05/07/2017

De acordo com o filósofo Tales de Mileto, a água é fundamental para o desenvolvimento da humanidade. Não é coincidência que o surgimento das primeiras sociedades tenha se dado, sobretudo, próximo de rios. Em virtude dessa linha tênue entre sociedade e meio hídrico, é notório o esgotamento desse recurso, seja pela inércia do governo frente ao problema, seja pela mentalidade social.          É indubitável que a postura do governo esteja entre as causas do problema. Há quem diga que as crises hídricas sejam causadas, tão somente, pela falta de chuvas. Todavia, falhas externas como a falta de planejamento na administração desse recurso nos reservatórios e a não-adoção de políticas que conscientizem a população da limitação desse recurso acentuam, também, a problemática. Não bastasse isso, a poluição de mananciais aquíferos também contribuem com o problema, sendo uma consequência direta, ainda, da inércia do governo, visto a ineficiência de medidas fiscalizatórias e administrativas para com os responsáveis.        Outrossim, destaca-se a mentalidade social como precursora do esgotamento hídrico. Segundo Durkheim, o fato social é uma maneira coletiva de agir e pensar, dotada de generalidade, exterioridade e coercitividade. Por meio desse raciocínio, depreende-se que o abuso do recurso hídrico pelos cidadãos se encaixa na teoria do sociólogo, uma vez que, se em uma residência familiar, os pais utilizam a água de forma irracional, a criança tende a adotar tal comportamento por convivência. Logo, essa postura é transmitida de geração a geração, e permanece intrínseca à identidade social.        Evidencia-se, portanto, que a crise hídrica é fruto tanto da ineficiência governamental como do costume social. É valido que, através do Governo Federal, seja instituído um órgão associado a preservação hídrica e a fiscalização da eficiência dos reservatórios, com o intuito de melhor aproveitar esse recurso. Além disso, por meio de propagandas televisivas na rede aberta, veiculadas pelo governo, seja feito a conscientização sobre o uso racional da água, a fim de desconstruir essa mentalidade social. Dessa forma, poder-se-á notar um efetivo aprendizado na sociedade sobre a utilização desse recurso.