Enviada em: 25/09/2017

Escassez de água, altas temperaturas e péssimas condições de vida foram retratadas na obra Vidas Secas, de Graciliano Ramos. Tal produção pôde ser rememorada na crise hídrica paulista em 2015. Contudo, parece que o país não aprendeu com a cultura literária, muito menos com o risco de esgotamento do Sistema Cantareira em São Paulo. Para isso, necessita-se de engajamento político e social na preservação desse bem.          A princípio, o acelerado capitalismo emergiu a liquidez das relações. Já dizia Bauman: "Vivemos em tempos líquidos, nada é para durar". Logo, o consumismo e a degradação ambiental implicam no ciclo da água, dificultando a captação nos reservatórios do país. Em manifesto a isso, a ONG Greenpeace realizou marcante protesto em 2015: "A falta de água começa aqui". Tal frase foi fixada em uma grande área amazônica desmatada. Foi um apelo de que as florestas são primordiais no equilíbrio hídrico e climatológico, devendo o país todo sensibilizar-se nessa luta.       “Águas são muitas; infindas”. O argumento da Carta de Caminha retratou o deslumbramento hídrico com o país. Detentor da maior bacia hidrográfica do mundo, porém limitado à gestão ineficiente. Assim como na agricultura, responsável por 70% do uso da água e ausente de estratégias sustentáveis. A falta de projetos de irrigação e de reutilização hídrica vão ao encontro de uma crise sem precedentes. Destarte, o que parecia ser inesgotável aos olhos colonizadores, vê-se em uma iminente escassez.        Assim como Graciliano Ramos fez uma das mais relevantes obras, deve a Federação sintetizar uma história tão significante quanto. Portanto, a sociedade deve inibir a liquidez das relações, conscientizando-se de que a água é realmente para durar e requer proteção. É relevante que o Ministério do Meio Ambiente intensifique o monitoramento de mananciais e florestas, para a manutenção do ciclo hidrológico. O Ministério da Agricultura deve ainda implementar projetos de irrigação e técnicas para reutilização da água, evitando o seu desperdício e escassez. Isto posto, o Brasil poderá se ver livre de uma nova crise hídrica.