Enviada em: 14/10/2017

Assustado, receoso e preocupado, essas são algumas expressões que definem a atual situação de grande parte da sociedade brasileira que, em virtude da forte estiagem e da redução dos níveis dos reservatórios paulistas, que ocorreu no verão de 2015, sofre com medo da escassez de água. Há aqueles que consideram que o país aprendeu com a crise, outros, no entanto, consideram que mesmo após o ocorrido em 2015, persiste na sociedade o descaso com a gestão desse recurso. Em uma análise aprofundada da situação, observa-se que o país continua a utilizar de forma negligente esse patrimônio e, portanto, essa situação deve ser combatida.  Outrossim, há quem considere que a crise hídrica no estado de São Paulo, mostrou ao Brasil que a crença de que os recursos hídricos brasileiros são inesgotáveis é falsa, evidenciando, por conseguinte, que em momentos de estiagem é necessário poupar esse patrimônio por meio de medidas de gestão. Entretanto, há de se considerar que a errônea concepção de que é necessário gerir o uso dos recursos hídricos somente em momentos de crise, condena a sociedade a reviver essa triste realidade, visto que após o fim da crise a população volta a utilizar de forma irracional esse recurso, favorecendo a retoma do ciclo. Prova disso é a retoma das atividades que consomem grande quantidade de água pela população brasileira ao fim da crise de 2015 como, lavar carros e calçadas com água potável.  Além disso, vale destacar que, além do descaso social com a gestão da água, é de extrema preocupação, a utilização negligente dos recursos hídricos pelo setor comercial, principalmente, no agronegócio, que utiliza grande parte da água potável disponível no Brasil. Dessa forma, observa-se que o arcaico modelo do plantation adotado pela agricultura brasileira consome, sem a menor gestão, grandes volumes de água potável para a irrigação, comprometendo a disponibilidade desse recurso para consumo, situação que se torna, extremamente, preocupante devido a  atual situação do país.  Torna-se evidente, portanto, que persiste na sociedade brasileira a cultura de utilização irracional dos recurso hídricos, realidade que deve ser combatida. Cabe às ONGs, voltadas para questões ambientais, realizarem palestras e projetos sociais com a participação de biólogos e geógrafos para ressaltar a atual situação dos recursos hídricos brasileiros, visando estimular o uso consciente desse patrimônio. Compete ao Ministério da Educação implementar nas aulas de geografia do ensino médio debates com especialistas para alertar aos jovens sobre os riscos decorrentes do consumo irracional das reservas hídricas, visando socializar a concepção de que é necessário poupar esse recurso. Além disso, compete ao Ministério da Agricultura com o apoio da EMBRAPA implementar projetos de gestão do recursos hídricos na agricultura, fitando alterar o atual modelo de uso irracional.