Enviada em: 09/10/2019

Segundo a Organização Mundial da Saúde o leite materno é a melhor forma de garantir os nutrientes essenciais aos recém-nascidos até, pelo menos, os 6 meses de idade. Apesar dessa importância, a negligência civil e estatal, diante do aleitamento materno é alarmante, seja pelo preconceito vivenciado pelas mães, seja pela falta de investimento do Poder Público em infraestrutura para essas. Logo, além das dificuldades habituais de amamentar, a  população feminina sofre com a falta de empatia no país.    Em primeira análise, pontua-se que, consoante ao pensamento de Pierre Bourdieu, a ''violência simbólica'' é expressa na medida que pessoas são coagidas, por um discurso dominante, a ocuparem lugares padronizados e inferiores na sociedade. Nesse viés, a ideologia machista, notória no Brasil, permite que mulheres sejam vítimas de preconceito ao amamentar em público, visto que ainda há a extrema vulgarização do corpo feminino. Diante disso, milhares de mães absorvem essas pressões sociais e, por vergonha, não conseguem práticar o aleitamento em locais públicos, o que é extremamente prejudicial ao bebe, pois não alimenta-se adequadamente.    Além disso, ressalta-se que a inobservância governamental é um fator relevante quando trata-se da problemática do aleitamento materno, haja vista que ínfimos são os locais públicos com infraestrutura para essa prática no país. Soma-se a isso, o fato da amamentação já ser um processo complicado, afinal, 26% das mulheres entrevistadas pela Pesquisa Global sobre Aleitamento Materno, no ambito mundial, afirmam sentir dor ao amamentar, fato agravado pela falta de locais confortáveis.   Portanto, é preciso que a União, junto ao Legislativo, por meio da captação de impostos, crie a ''Lei do Aleitamento'' que vai estipular a obrigação de locais públicos e privados possuirem, ao menos, cadeiras especiais para a amamentação. Posto isso, âmbitos empregatícios, shoppings, universidades, etc, contarão com essa infraestrutura, no fito de garantir o conforto da mulher. Assim, a longo prazo, essa prática vai tornar-se rotineira nos locais públicos e o preconceito será reduzido.