Enviada em: 08/06/2018

Quando as primeiras naus portuguesas aportaram nas terras brasileiras, no ano de 1500, os europeus ficaram atônitos com a beleza e diversidade da floresta, assim como descreveu Pero Vaz de Caminha, em sua carta, ao rei D. Manuel. A intensa exploração do pau-brasil nas décadas seguintes, e o desmatamento predatório até os dias atuais, comprometeram esse bioma tão relevante, restando apenas 8,5% de sua cobertura original. Nesse contexto, deve-se analisar possíveis medidas para impedir o desaparecimento da mata atlântica.                   Segundo o IBGE, mais de 72% da população brasileira vive no local onde era a mata atlântica. Isso ocorre porque, por razões históricas as pessoas tendem a se concentrar mais próximo ao litoral, onde tem mais oportunidades de emprego e uma qualidade de vida melhor, ou seja, onde antes havia floresta, hoje abriga as maiores cidades do país. Em decorrência desse processo de urbanização desordenado, espécies foram extintas, rios poluídos e o bioma se tornou o segundo mais ameaçado do mundo, de acordo com a Apoena.              Além disso, pode-se afirmar que a mata continua sendo destruída, só no ano de 2016 ela perdeu mais 29.000 hectares, conforme a Fundação SOS Mata atlântica. Isso decorre da falta de políticas públicas efetivas para a preservação da floresta, existe até lei em vigor, mas sem fiscalização, é impossível deter o desmatamento. Por consequência de tal negligência do Governo, a mata corre risco iminente de desaparecer.                    Torna-se evidente, portanto, que esse ecossistema precisa de medidas protetivas em caráter emergencial. Em razão disso, o Governo Federal em parceria com os Estados, devem criar unidades de preservação no entorno das cidades, onde há presença de mata, a fim de deter o mercado imobiliário e impedir a destruição de mais áreas de floresta. Ademais, faz-se necessário que o Governo aja em consonância com o Ibama, investindo em mais equipamentos tecnológicos para a instituição, no intuito  de possibilitar aos agentes o acompanhamento dos parques ambientais em tempo real, facilitando a prisão dos delinquentes que insistem em desobedecer a lei, e destruir o pouco que resta da mata. Dessa forma, a mata atlântica poderá recuperar-se e continuar sendo o lar de várias espécies, sendo muitas delas endêmicas.