Enviada em: 16/06/2018

Desde o Iluminismo entende-se que uma sociedade só progride quando um se mobiliza com o problema do outro e esse ideal iluminista estende-se aos animais. No entanto, vê-se que é constatado na teoria e não desejavelmente na prática, seja pela descrença na Lei de punição, seja pela ignorância interpessoal de aspectos culturais. Nesse sentido, convém analisarmos as principais consequências de tal postura negligente.    É indubitável que a questão constitucional e a sua aplicação estejam entre as causas do problema. Segundo o filósofo grego Aristóteles, a política deve ser usada de modo que, através da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. De maneira análoga, é possível perceber que a descrença da sociedade nas Leis de punição, rompem com essa harmonia, haja vista que tal descrença encoraja ainda mais os casos de maus tratos aos animais, aos quais, as rinhas, a omissão de socorro e o abandono, não prescrevem-se crime, hodiernamente no país.   Outrossim, destaca-se  a ignorância interpessoal de aspectos culturais como impulsionadora do problema. De acordo com  o sociólogo brasileiro Hebert de Souza, um país só muda pela sua cultura. Seguindo essa linha de pensamento, o caráter violento dos seres humanos, mesmo que de maneira ''inconsciente'', afetam a promoção à vida dos animais. Nesse contexto, '' esportes'' como a vaquejada e o modo como elas acontecem, no qual o boi é puxado pelo rabo até sua queda na faixa, põe em cheque o caráter cultural do ''esporte'' e o comportamento do ser humano, pois o divertimento propiciado é somente para os humanos, afinal o animal que está no ''picadeiro'' desse circo cultural de egos e comércios.    Portanto, medidas devem ser tomadas para se revolver o impasse. Destarte, a Promotoria da Justiça e  do Meio  Ambiente deve se fazer presente na sociedade, trazendo a fiscalização e a educação como impulsionadores da mudança e que o MEC promova palestras no âmbito escolar, para que a sociedade se desprenda de certos tabus e não viva a realidade nas sombras, como na Alegoria da Caverna de Platão.