Enviada em: 19/06/2018

A importância dos animais para a vida humana tem raízes históricas. Durante o auge do ciclo do ouro no Brasil, por exemplo, em meados do século XVIII, as mulas tinham um papel fundamental para que os tropeiros pudessem realizar a troca de mercadorias nas regiões mineradoras. Além da importância econômica, vê-se que esses seres participam diariamente do cotidiano de diversas pessoas, porém são, comumente, vítimas de maus-tratos. Cabe, então, analisar os fatores desse quadro na realidade brasileira.  Primordialmente, devem-se destacar as diversas formas de violência a que esses animais são submetidos no Brasil. Segundo a filósofa Hannah Arendt, o mal encontra-se velado na sociedade, já que faz parte da rotina daqueles que o praticam e, por isso, torna-se banal. De forma análoga, observa-se que o mesmo ocorre entre os bichos, em virtude da continuidade de certos hábitos da população brasileira, como as agressões realizadas com animais  utilizados em transportes de carga, em esportes, no turismo e, inclusive, em certas práticas consideradas culturais. Um exemplo disso seriam as vaquejadas, muito comuns no Nordeste do país, e que foram eleitas tipos de manifestações culturais por uma determinação legal, aprovada em 2016 pelo Senado federal. Assim, fica evidente a perpetuação de certos costumes na coletividade brasileira que infringem a integridade física dos animais.   Outrossim, é válido salientar a precária situação em que se encontram os animais que vivem nas ruas. Tal quadro é devido, especialmente, ao abandono realizado pelos donos após a adoção, além do descaso do Poder Público e da sociedade civil em relação à tomada de iniciativas que visem à remoção desses animais do meio urbano. Nesse sentido, é perceptível a escassez de campanhas publicitárias capazes de alertar os cidadãos acerca dos malefícios gerados pela negligência para com os bichos, seja nas mídias, seja em espaços físicos, como praças municipais. Consequentemente, esses seres ficam vulneráveis a situações de risco, como atropelamentos, intoxicações, fome e sede.    Fica clara, portanto, a necessidade de superação dos maus tratos aos animais no Brasil. Destarte, cabe às prefeituras locais, em parceria com ONG's, ampliar programas de acolhimento de animais abandonados por meio da construção de centros veterinários gratuitos, bem como realizar campanhas de adoção  em espaços de ampla circulação de pessoas. Tal medida visa a alertar a população acerca dos problemas causados à saúde dos bichos em casos de negligência, além de estimular a prática de denúncias a atos de agressão. Desse modo, tal problemática será paulatinamente suplantada no país.