Enviada em: 25/06/2018

No contexto social vigente, o livro "Vidas Secas" de Graciliano Ramos apresenta a cadela Baleia - animal de estimação das personagens principais. Tal animal durante parte da trama auxilia nas dificuldades encontradas pela a família, contudo esses não reconhecem seus feitos, maltratam-na e quando já não a acham necessária, decidem por exterminá-la. Análogo a literatura, a sociedade brasileira tristemente demostra o mesmo descaso para com os animais, desencadeando em diversos eventos grotescos. Logo, as alternativas que permeiam o combate aos maus tratos para com os animais não trata-se de uma ação apenas governamental, mas também do meio social nacional.  Nesse sentido, é elementar que se leve em consideração que mesmo com a existência de normas estabelecidas na Constituição Cidadã de 88 que pune os indivíduo que praticam ações violentas contra os animais, tais atos ainda persistem, visto que a sanção imposta é extremamente branda. Assim, torna-se corriqueiro condutas desumanas contra pobres animais, confirmando gradualmente a afirmação exposta pelo filósofo Levinás em que a ausência de alteridade nos sujeitos sociais torna o mundo ainda mais cruel. Desse forma, casos como o ocorrido em julho de 2018 que um touro tem suas patas quebradas em rodeio na cidade São Paulo, dá bases concretas para afirmação do autor e da falta de humanidade e empatia das pessoas para com esses seres vivos.  Some-se a isso também que o Estado, sendo o responsável por trazer harmonia à sociedade - assim como ditava John Locke- esse falha na sua tarefa, dado que tem-se por harmonia não só a manutenção da paz, mas também o cumprimento das leis. Posto isso, pode-se destacar sua falha ao observar que mesmo com legislação de proteção aos animais, tal governo não dá assistência aos que estão nas ruas e nem mesmo investimentos para que se possa fortalecer os meios de vigilância para a punição efetiva de quem pratica maus tratos. Dessa maneira, não é de se espantar a visão de diversos animais doentes e esqueléticos espalhados pelos centros das cidades brasileiras. Diante de tal problemática, cabe a três agentes a solução efetiva: O Estado, ao Ministério de Justiça (MJ) e o Ministério da Educação (MEC). Ao primeiro agente, em ação conjunta ao MJ, importa realizar a elaboração de uma delegacia de proteção aos animais, tendo tal instituição vinculada diretamente a Secretaria Nacional de Segurança Pública, e a criação de um projeto de lei que torne as leis vigentes mais dura a quem mal trate animais. Acresce a isso também, que o MEC promova palestras, atividades lúdicas, apresentações artísticas -uma vez que ações culturais possuem grande poder transformador - a respeito dos maus tratos a animais em todas as escolas brasileiras. Afim de que a comunidade escolar conscientize-se e que a sociedade gradualmente se distancie de fins como o dado a Baleia.