Enviada em: 12/08/2018

Desde o período Colonial, os portugueses viam na beleza exótica brasileira um método exploratório , assim como ocorreu na exploração do Pau-Brasil  ,os animais  foram contrabandeados com o intuito de satisfazer a moda lusitana.Na contemporaneidade não é diferente, os maus tratos aos animais ainda é uma questão alarmante no cenário nacional e mundial. Partindo desse pressuposto, não só a negligência da sociedade como também a ausência de políticas públicas eficientes configuram-se entraves para a mitigação da temática no contexto hodierno.  Em primeiro lugar , cabe ressaltar que a carência de empatia para com a violência contra os animais é fator primário para a perpetuação da temática. Dessa forma, de acordo com o  modelo teórico de Hanna Arendt , denominado "banalidade do mal'', o corpo social  admite a disseminação de barbáries sem questionar ou julgar. Sob tal ótica,a partir da máxima filosófica, diversos animais, selvagens ou domésticos, sofrem com a irracionalidade humana, aqueles vitimados pela ganância de caçadores para a venda ilegal e esses pela cultura do domínio , baseada na satisfação do sofrimento alheio ou simplesmente pela falta de cuidados. Assim sendo, cabe analisar a necessidade de uma rede mais eficaz de denúncia, haja vista que não é muito propagada na comunidade moderna.   Convém, ainda , destacar que apesar da criação de uma legislação voltada para a extinção da problemática, ela continua sendo ineficiente. De acordo com o modelo aristotélico, o Estado deve suprir as necessidades primordiais dos cidadãos e de seus dissidentes .No entanto, o paradigma do filósofo é contrariado diariamente, uma vez que os direitos de proteção aos animais são negados.Um exemplo disso é a exploração predatória do habitat natural do animal para a instalação de empresas ou até mesmo a não fiscalização de abrigos públicos. Nesse ínterim, é indubitável o desenvolvimento de alternativas coesas para mitigar com os abusos sofridos e propagar a dignidade além do molde antropocêntrico.  Urge, portanto, a promoção de métodos condizentes para amenizar com a realidade abordada. Com isso, cabe ao Ministério da Justiça, em conjunto com o apoio midiático, aumentar e facilitar as denúncias por meio da criação de aplicativos para relatar quaisquer tipos de vilipêndio e violência , com o objetivo de atingir a todos e , ao mesmo tempo, delatar os transgressores para o órgão local específico .Ademais,a junção do trabalho comunitário , somada a criação de uma delegacia especializada em tratar da violência contra os animais, é fundamental para fiscalizar os abusos em diversos locais , tais como canis e residências domésticas. Poder-se-á, então, verificar que todas as formas de vida merecem dignidade e respeito por parte de todos.