Enviada em: 11/03/2017

Historicamente, o portador de necessidades especiais sempre foi visto como um fardo, com isso muitas vezes acabou sendo excluído da sociedade. Entretanto, esse pensamento mostra-se equivocado ao olhar para o físico Stephen Hawking, que mesmo com o corpo imóvel, continua a brindar a humanidade com contribuições na área da cosmologia. Isso mostra que, o problema para a inclusão dos deficientes na sociedade, é a falta de oportunidades ocasionada pela sua dificuldade de acesso à educação e trabalho. Pois, se Stephen tivesse já tivesse nascido com o corpo totalmente paralisado, dificilmente teria alcançado seus feitos.    É indubitável que a falta de acessibilidade ao ensino escolar esteja entre as causas dessa problemática. De acordo com o Censo de 2010, 61% das pessoas com deficiência não tem o ensino fundamental completo. Dessa forma, vale citar que um dos principais obstáculos para esse acesso à educação acontecer tem sido a subestimação do deficiente por sua família, que ainda tem a visão medieval de que eles não capazes de se desenvolver e exercer um papel importante na sociedade. Além disso, há uma grande defasagem em infraestrutura para receber os deficientes no ambiente escolar, principalmente nas escolas públicas, que mal possuem rampas de acesso para cadeiras de rodas.    Ademais, destaca-se a dificuldade que os portadores de necessidades especiais encontram no mercado de trabalho. A despeito da lei de cotas que determina que de 2 a 5% dos funcionários das empresas sejam de portadores de necessidades especiais, ainda é grande o desafio para a inserção dessas pessoas na força de trabalho. Segundo a pesquisa do Data Folha, 50% dos entrevistados da área de recursos humanos afirmam que a falta de acessibilidade no espaço laboral é o maior impecílio para a contratação de deficientes. Desse modo, fica explícita a falta de investimentos do setor privado na infraestrutura necessária para receber essas pessoas no ambiente de trabalho.    Entende-se, por tanto, que essa inclusão na sociedade, passa por melhorar o acesso dessas pessoas ao ensino escolar adequado e o mercado de trabalho. Desse modo, cabe ao Governo proporcionar a inserção dessas pessoas no meio escolar. Para isso, deve ser feito um sistema de “vouchers”, onde o governo paga a mensalidade a uma escola particular especializada em ensinar pessoas com deficiência, haja vista que, para adaptar todas as escolas públicas demandaria um grande dispêndio de recursos públicos. Além disso, cabe ao Ministério Público cobrar que as empresas se adequem, na medida do possível, as necessidades de cada deficiente que ali desejar trabalhar, solicitando recurso públicos para essas adaptações quando o empreendimento não puder arcar com os gastos.