Enviada em: 26/04/2017

No filme "Como Eu Era Antes de Você", o protagonista - tetraplégico após sofrer um acidente - opta pelo suicídio, devido as limitações impostas e a sensação de deslocamento. Em um contexto semelhante, no Brasil, os portadores de necessidades especiais, motoras ou psicológicas, não encontram o aparato adequado para efetivar sua inclusão. Dessa forma, é evidente que os projetos existentes, agindo de forma isolada, não são suficientes, fazendo-se necessário reajustes e  ampliações. Convém analisar que o portador de deficiência obteve significativas conquistas no âmbito da inclusão, porém, ainda não foram suficientes para efetivá-la. De acordo com o filósofo Aristóteles, os desiguais devem ser tratados em conformidade com a sua desigualdade. Por esse pressuposto, a obrigatoriedade das cotas universitárias e a aprovação do Estatuto da Pessoa com Deficiência são justificadas. Contudo, as dificuldades na acessibilidade e o despreparo dos profissionais da educação limitam a ação dessas medidas. Prova disso, o censo de 2010 revela que apenas 7% dos portadores de necessidades especiais possuem curso superior completo. Portanto, é imprescindível que haja as devidas reformas infraestruturais para modificar essa estatística. É válido ressaltar, ainda, que a postura social reafirma a exclusão e dificulta as tentativas de inclusão. Análogo ao conceito químico de catálise - em que uma substância é capaz de de acelerar a velocidade de uma reação - a postura de desrespeito e preconceito  funcionam como catalisadores para a segregação dos portadores de deficiência. Por exemplo, as dificuldades para ingressar no mercado de trabalho, a desobediência às vagas e assentos reservados e as piadas discriminatórias comprovam esse contexto. Assim, é evidente a importância de uma mobilização da população para viabilizar as alternativas existentes. À vista disso, para evitar fins como o do protagonista do filme supracitado, faz-se necessária a ação conjunta das instâncias sociais. Para tanto, o Governo Federal deve promover melhorias na acessibilidades, com a criação de mais rampas, ônibus adaptados e sinalizações. Também, o Ministério da Educação deve direcionar a adaptação dos profissionais de ensino, com o intuito de assegurar um aprendizado de qualidade. Somado a estes fatores, a família deve educar suas crianças para um tratamento igualitário e respeitoso com os portadores de deficiência. Ademais, a mídia, por meio de suas ficções engajadas, deve criticar e denunciar o preconceito, com o objetivo de convidar a sociedade para o engajamento.