Enviada em: 19/07/2017

Inclusão ilusória   Historicamente, a democracia é o regime político que contempla os ideais igualitários. Nessa perspectiva, ao analisar as lutas dos movimentos populares durante a história do Brasil, nota-se a existência de sujeitos políticos coletivos que reivindicam diferentes direitos, a partir da identificação de necessidades e opressões comuns. Tratam-se de minorias sociais, como por exemplo as pessoas com deficiência, as quais se organizaram para pleitear igualdade de oportunidades e cidadania plena. No entanto, não obstante da busca por equidade, essa população ainda enfrenta a problemática da inclusão social parcial, seja por insuficiência das leis, seja pela lenta mudança da mentalidade social.         Por certo, é indubitável que as prerrogativas constitucionais e suas aplicações estão entre as causas do problema. Apesar dos recentes avanços em direitos, como a implantação do Estatuto da Pessoa com Deficiência, em 2015, para assegurar à inclusão social do grupo em questão, ainda é notória a falta de acesso e integração em parte dos transportes públicos, das construções arquitetônicas das cidades e do mercado de trabalho. Desse modo, evidencia-se a importância do reforço da prática da regulamentação como forma de ir de encontra à problemática.    Outrossim, destaca-se a discriminação de cidadãos devido à sua condição física, sensorial ou intelectual, como impulsionadora da inclusão ineficiente. Segundo o fundador da psicanálise Sigmund Freud, o preconceito é uma estratégia eficiente e perversa de controle e de exclusão social, pois instala-se na vida psíquica e é propagada continuamente. Nesse sentido, os indivíduos que vivem em uma sociedade com esse comportamento, tende a adotá-lo por conta da vivência em grupo. Assim, a visão deturpada de parte dos brasileiros, à qual tanto classifica as pessoas com deficiência como incapazes quanto limita e reprime suas potencialidades, é transmitida no decorrer das gerações, fundamenta essa forma de segregação e contribui para agravar o problema no Brasil.     Portanto, a inclusão social dessa minoria existe, contudo, ela ainda é ilusória. A fim de atenuar esse problema, o Governo Federal deve propor parcerias púbico-privadas, com empresas como Sebrae, para oferecer cursos para capacitar, profissionalizar e inserir, o grupo em questão, no mercado de trabalho. Outra medida importante, é intensificar a fiscalização dos transportes públicos e dos espaços urbanos, por parte das prefeituras municipais, com o objetivo de assegurar o direito de ir e vir desses cidadãos. Por fim, é imperativo ao Ministério dos Direitos Humanos promover, junto às redes sociais, a visibilidade dos talentos e das potencialidades dessa população, com propagandas com atletas paralímpicos, por exemplo. Logo, poder-se-á transformar o Brasil em um país, de fato, democrático.