Enviada em: 02/08/2017

A problemática em que a inclusão das pessoas com necessidades especiais se insere está no centro das ameaças à integridade das relações humanas. A herança utilitarista de Platão, que vê como útil aquele que tem perfeitas condições físicas e mentais, e como inútil quem tem alguma deficiência, exemplifica isso. Destarte, cabem olhares sobra duas dimensões: a banalização da equidade e a falência do "Welfare State".       O homem é um animal habitual - dimensão pouco a pouco esquecida diante da inclusão de pessoas com necessidades especiais, apesar da análoga eminência de Hannah Arendt para o pensamento contemporâneo. Cotidianamente se observa a banalização desse grupo, principalmente pela população. Um exemplo disso é a maneira como a mídia mostra essas pessoas, expondo-as a uma concepção vitimista, de inutilidade social - visto que, majoritariamente, aparecem como incapazes de conquistas pessoais . Assim, infelizmente, tornam-se os rótulos que lhos foi imposto, desestimulando-as a buscarem equidade de direitos, uma vez que se veem desmotivadas para um possível processo de empoderamento.        Circunscrita a essa realidade, o esfacelamento das bases sociais é evidente na falsa inclusão existente no país. Há a abertura de inúmeras escolas para deficientes, entretanto não há preparação dos profissionais; o que ratifica a falência do "Welfare State" - que deveria garantir o bem-estar social de todos os cidadãos, mas, por amadorismo na aplicação de suas teorias, falha - descrita por Sérgio Buarque de Holanda como apenas uma tentativa estatal de mascarar a negativa realidade educacional brasileira. Dessa forma, as APAE's, o qual deveriam estar dentro dos colégios, colaboram ainda mais com a exclusão, estando fora deles; uma vez que a verdadeira integração coloca as pessoas com necessidades especias juntos aos outros indivíduos.       Portanto, o Ministério da Educação deve unir as APAE's às escolas colocando profissionais específicos dentro do ambiente educacional, a fim de que as pessoas com deficiência não se sintam excluídas, mas sim, parte da sociedade - tendo cuidados essenciais às suas necessidades, sem retirá-las de espaços comuns. Ademais, os Ministérios da Comunicação e da Cultura carecem incentivar a criação de filmes, novelas e outros que desmistifiquem o rótulo vitimista imposto a esse grupo. Inscrito a isso, a prefeituras municipais poderiam criar espaços públicos de interação como, por exemplo, hortas comunitárias, o qual visem a integração de todas as categorias sociais.