Enviada em: 14/09/2017

Segundo escreveu Confúcio, quem deseja o futuro, deve estudar o passado. Com base nisso, nota-se que a inclusão social das pessoas com necessidades especiais direciona-se para uma questão de ética e justiça social. É notável como as consequências dessa problemática afetam aqueles que vivenciam essa realidade. Nesse contexto, é essêncial a participação ativa dos diversos setores sociais frente a essa causa, pois já afirmava Mahatma Gandhi: "Você nunca sabe que resultados virão da sua ação, mas se você não fizer nada, não existirão resultados".        É importante pontuar, de início, que historicamente as pessoas com algum tipo de deficiência foram vítimas de opressão. Na idade média eram consideradas castigo de Deus e séculos mais tarde foram perseguidas pelo regime nazista na busca pela pureza da genética ariana. Além disso, a exclusão dos círculos de amizades em ambientes como escola, universidade e trabalho pode provocar um sentimento de profunda tristeza e até o isolamento social. A rejeição abre portas para doenças como a depressão, considerada o mal do século XXI, fato evidenciado pela neurociência.        Outrossim, é válido salientar que muitos obstáculos dificultam a acessibilidade dos portadores. Como a ausência de semáforos auditivos, calçadas com buracos e desníveis e ônibus com os elevadores para cadeirantes sem funcionar. Observa-se, portanto, que a falta de planejamento urbano dificulta a mobilidade desses, provocando uma grande dependência em relação a seus familiares. Visto isso, alguns autores buscaram retratar esse panorama em suas obras, como é o caso de "Memórias Póstumas de Brás Cubas" de Machado de Assis, onde a personagem Eugênia mesmo com tantas qualidades, ainda é definida por "coxa". Por esse ângulo, fica nítido a carência de alguns pilares para a plena inclusão.        Sendo assim, faz-se necessária a reversão de tal contexto, para isso o Ministério da Educação poderia aumentar o número de psicólogos nas escolas e a inclusão de materiais adaptados em libras e braille. O Ministério da Saúde também possui papel importante, ao fornecer próteses acessíveis a quem precisar e em paralelo o Ministério do Trabalho deve assegurar um salário justo e mais oportunidades de empregos. Outra medida cabível é a aplicação de multas a quem estacionar em vagas exclusivas para deficientes. A mídia ao promover campanhas com atores portadores de necessidades especiais contribuiria com a representatividade. E por fim, as escolas devem incentivar palestras e debates com ex alunos que conseguiram vencer os limites impostos e utiliza-los como modelo para pais e atuais estudantes.