Enviada em: 21/09/2017

De acordo com o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade pode ser comparada a um corpo biológico, pois ela é formada por partes integradas. Decerto, para que esse organismo seja harmônico, é essencial a garantia de todos os direitos dos cidadãos. Contudo, a dificuldade de inclusão dos deficientes físicos, no Brasil, rompe esse equilíbrio. Nesse contexto, deve-se analisar como a mentalidade preconceituosa e a ineficiência do Poder Público potencializam tal problemática.               O pensamento discriminatório é um forte impulsionador dos obstáculos enfrentados pelas pessoas com necessidades especiais para conquistar sua acessibilidade. Isso decorre do individualismo cada vez mais presente na sociedade pós-moderna, como defendeu o sociólogo Zygmunt Bauman. A população fortemente centrada em seu ego, acaba,então, propagando discursos de ódio e não se adaptando as condições do grupo em questão. Em razão disso, essa classe fica marginalizada e sem acesso à direitos que formentam sua dignidade, como o trabalho.               Além disso, a incompetência do Estado colabora com o problema. Isso ocorre, porque, embora a Lei de Inclusão Brasileira tenha possibilitado conquistas, a exemplo do atendimento prioritário e o auxílio-inclusão, o Poder Público não fiscaliza veemente a aplicação dessas garantias. Alguns colégios, por exemplo, não tem estruturas adaptadas e nem sequer professores capacitados para atender os deficientes físicos. Consequentemente, essa categoria não tem condições de frequentar a escola, ficando, na maioria das vezes, sem uma formação intelectual e sem uma possibilidade de socialização.       Destarte, torna-se evidente que a exclusão dos deficientes físicos deve ser combatida. Para isso, a Secretária de Direitos Humanos, em parceria com ONGs, deve disseminar debates e palestras proferidas por sociólogos nos meios de comunicação a fim de descontruir o egoísmo tão vigente na sociedade. Ademais, cabe ao Ministério da Educação, em parceria com as prefeituras, fiscalizar as escolas, analisando se elas possuem adaptações necessárias para receber as pessoas com necessidades especiais. Assim, o Brasil dará um grande passo para o estabelecimento da paz social.