Enviada em: 16/10/2017

Em análise ao contexto de Grécia antiga, percebe-se que as crianças espartanas nascidas com alguma deficiência eram excluídas, sendo mortas após o nascimento, em grande parte dos casos. Hoje, a exclusão que ocorre com essa parcela da população é predominantemente social, gerada pela padronização dos caracteres físicos e cognitivos, imposta pela própria sociedade.  Com o desenvolvimento do capitalismo, práticas como a produção de valores e produtos em massa e a mecanização das pessoas, esta, tanto defendida por Thomas Hobbes no período de Revolução Industrial, vêm trazendo prejuízo ao acesso dos portadores de cuidados especiais a direitos básicos, já que não há preocupação com a adequação às diferenças e necessidades do outro. Como consequência, o ingresso no mercado de trabalho e o usufruto dos ambientes públicos são afetados, causados por fatores como preconceito e incompatibilidade das vias públicas com as necessidades individuais.   Além disso, a formações culturais e educacionais são defasadas, à medida que as instituições educacionais tradicionais não contam, em sua maioria, com meios de inclusão, como a presença de profissionais qualificados para auxiliar os alunos especiais, estrutura física acessível e meios de transporte adaptados que realizem o movimento diário desses estudantes de suas casas até o local de estudo. Tais problemáticas levam ao baixo nível de escolaridade dos portadores de cuidados específicos, como apresentado pelo Censo de 2010 do IBGE, em que mais da metade desta parcela da população não é alfabetizada.  Faz-se mister, portanto, o incentivo à construção de obras públicas, por intermédio do Ministério das Cidades, para facilitar a entrada e permanência dos deficientes aos locais de convívio público, como forma de cumprir com os direitos básicos de todos os cidadãos. Além disso, é imprescindível o trabalho conjunto entre o MEC e as instituições particulares de ensino, para a formação e capacitação de profissionais que irão lidar com os alunos especiais, por meio de palestras e minicursos, a fim de possibilitar uma educação de qualidade para os portadores de necessidades especiais, o que possibilitará uma maior facilidade ao conhecimento e melhores chances de entrada e adaptação ao mercado de trabalho.