Enviada em: 19/10/2017

Segundo o IBGE, 24% dos brasileiros têm alguma deficiência física, mental, intelectual ou sensorial. Apesar desse número bastante significati- vo, a invisibilidade seletiva ainda é praticada contra o grupo. Prova disso são as dificuldades de acessibilidades escolar e urbana. Necessita-se, portanto, de alternativas eficazes ao pelo convívio de deficientes na sociedade.        Em primeiro plano, há a criação, por D. Pedro II, do Imperial Instituto dos Meninos Cegos, que iniciou a educação especializada e excludente, pois tirou os deficientes da convivência com alunos "normais". Esse mode- lo, embora não consiga atender toda a demanda, repercute até hoje em virtude do despreparo dos professores e da estrutura inacessível das es- colas regulares em relação às várias limitações. Consequentemente, a segregação no acesso educacional continua, o que prejudica o pleno desenvolvimento cidadão dos portadores de deficiências.          Além disso, conquanto seja inviolável a liberdade de locomoção em território nacional, conforme o Artigo 5° da Constituição, a mobilidade urba- na é calamitosa a eles. Isso ocorre quando, por exemplo, as calçadas não têm rampas ou estão quebradas, e não há avisos sonoros nos ônibus. Des- sa forma, nota-se as inescrupulosas omissões, ou seja, a ausência de cumprimento do Estatuto da Pessoa com Deficiência, pelo poder público, e de exigências pela sociedade.           Diante desse cenário excludente, os governos municipal e estadual devem aplicar, de fato, a educação inclusiva, por meio da capacitação de professores, com formação empírica sobre a questão, e da inserção de rampas e impressoras em Braille nas escolas, para continuar a validação da democracia. Ademais, a sociedade civil precisa exigir, dos prefeitos, as reformas de calçadas e a implantação de tecnologia audiovisual nos ônibus, mediante militância virtual e presencial, a fim de garantir a acessibilidade. Assim, será possível superar as limitações e a segregação existentes.