Enviada em: 30/10/2017

Desde civilizações medievais até os povos indígenas mais atuais, fazia-se presente uma cultura de exclusão e abandono de crianças que possuíam algum tipo de deficiência. Elas eram interpretadas como um mau sinal, vindas de um castigo dos deuses ou de forças superiores. Hodiernamente, ainda há um grande preconceito em relação à essa população, evidenciando a necessidade de ações afirmativas que visem a inclusão dessas pessoas na dinâmica social.   Emile Durkheim, sociólogo francês, já afirmara que a educação consiste numa socialização metódica das novas gerações. De maneira análoga, é possível perceber que ela exerce um importante papel que vai além de educar os portadores de necessidades especiais, quando os fazem sentir-se inseridos em um sistema de ideias, sentimentos e hábitos, no qual o grupo se sobressai ao individual. Contudo, embora tenha sido um grande avanço integrar a educação inclusiva ao sistema regular, o déficit de profissionais e de infraestruturas especializadas ainda os afasta do ambiente escolar, dificultando tanto a socialização quanto os processos acadêmicos e profissionais.  Por outro lado, é preciso ressaltar a relevância dos projetos esportivos direcionados aos deficientes. Com efeito, a prática de esportes desenvolve não só a área cognitiva dessa população, mas é também uma significativa ferramenta na conquista de virtudes éticas conforme exige disciplina, paciência e perseverança. Assim, a execução constante da atividade física desenvolve ainda mais estas habilidades éticas, visto que a virtude, segundo ensinava Aristóteles, não consiste em um ato de bondade isolado, mas sim na prática habitual do bem.   Torna-se claro, portanto, que o processo de inclusão social de portadores de necessidades especiais é imprescindível para a formação de uma sociedade igualitária e justa. Logo, cabe ao Ministério Da Educação direcionar uma maior parcela dos recursos na capacitação de profissionais da educação, por meio de cursos e palestras, para que lidem de forma adequada com crianças e jovens deficientes, além de oferecer junto à iniciativa privada eventos esportivos e culturais voltados para essa população nos bairros , instigando a integração e interação de toda comunidade. Por fim, a mídia deve cumprir plenamente sua função social, desmistificando os vários tipos de deficiência através de propagandas e ficções engajadas, de modo a minimizar o preconceito e promover na sociedade uma consciência inclusiva. Com a adoção dessas medidas, essas pessoas começarão a se sentir parte de um conjunto maior.