A contemporaneidade trouxe consigo uma importante diminuição do número de casos do analfabetismo absoluto no Brasil, todavia o desconhecimento funcional do alfabeto ainda representa uma intensa problemática para o país. Para melhor análise dessa questão, é fundamental considerar a importância da capacidade de ler e entender textos, bem como o comprometimento social do analfabeto funcional. Assim, alternativas com vistas à redução do analfabetismo funcional são essenciais. Nesse contexto, a capacidade não somente de reconhecer as letras, mas também de compreendê-las nos textos e, por conseguinte, poder formar uma opinião crítica acerca do que foi lido é de extrema importância. Dessarte, a dificuldade de interpretar e organizar ideias no papel afastam o indivíduo de novos conhecimentos e informações, além de dificultarem a comunicação, cuja falta traz consequências semelhantes àquelas vistas na obra “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, na qual o personagem Fabiano, por sua inabilidade com as palavras, tem a sua vida ainda mais dificultada. Outrossim, o analfabetismo funcional compromete socialmente o indivíduo, uma vez que a competência na leitura é uma forma de emancipação e ruptura de padrões prejudiciais ao ser humano. Com efeito, a educação é essencial para a transformação do mundo, como observado por Paulo Freire, e a capacidade de compreender textos é a base para a formação de pensamentos críticos e, com eles, a possibilidade de melhorias sociais. Logo, a chance de leitura de obras como “Morte e Vida Severina”, de João Cabral de Melo Neto, ou “A Metamorfose”, de Franz Kafka, é a promessa de uma visão mais crítica do mundo. Diante do exposto, alternativas com fito de minimizar o analfabetismo funcional no Brasil são fundamentais. Portanto, é de responsabilidade do Ministério da Educação ampliar o acesso de analfabetos funcionais à educação mediante a realização de aulas gratuitas de interpretação de texto nas regiões com maior índice de analfabetismo funcional, com gratificação de professores os quais se disponham a ministrar as aulas bem como a diminuição nos impostos de alunos de baixa renda como forma de atrair indivíduos para o curso de capacitação, a fim de maximizar a habilidade dos cidadãos pouco alfabetizados de compreender textos. Ademais, cabe aos canais televisivos e rádios contribuir com a redução do analfabetismo funcional por intermédio da promoção de dicas de interpretação durante os intervalos de programas, com o objetivo de tornar acessível a todos maneiras de melhorar a capacidade de leitura.