Enviada em: 21/08/2018

Por dilatado período de tempo, mormente no período colonial, a educação formal no Brasil era restrita a indivíduos com prestigio econômico e social. Na atualidade, no entanto, mesmo com a existência de ensino gratuito, os elevados índices de analfabetismo funcional indicam que há deficiência na educação Brasileira. Essa situação suscita maior atuação do Poder Público na execução desse direito, no intuito de reverter suas consequências.       A princípio, é importante ressaltar que o Poder Público não cumpre integralmente o papel de agente fomentador da educação. Isso reflete na permanência do analfabetismo funcional nos diferentes níveis de escolaridade. Essa conjuntura contradiz a Constituição brasileira, que prevê a garantida do padrão de qualidade de ensino. Desse modo, a dificuldade de interpretação crítica de textos tem cerne na inobservância da aplicação de direitos básicos, o que acarreta em consequências sociais graves.       Por conseguinte, essa situação acarreta em dificuldades de alteração de perspectivas daninhas existentes. Isso contradiz o pensamento do sociólogo Paulo Freire, que destaca a importância da educação como agente libertador. Consoante o pensamento do patrono da educação nacional de que o ensino deve desenvolver a consciência do cidadão sobre o meio, a deficiência da formação de leitores críticos não prepara indivíduos capazes de alterar sua condição social, junto com a do grupo a que pertence. Essa conjuntura, infelizmente, propicia a continuidade de diferenças educacionais que remontam o período colonial.       Torna-se evidente, portanto, que medidas devem ser tomadas. Logo, é necessário que os governos estaduais e municipais intensifiquem a criação de escolas de tempo integral, a fim de que a ampliação da carga horária possibilite maior reflexão sobre o que é ensinado e maior interação com os membros da comunidade escolar. Por seu turno, as escolas devem aplicar atividades que estimulem o raciocínio crítico, como análises de textos sociológicos, como os de Paulo Freire, a fim de despertar a consciência política e a vontade de alteração do contexto social vigente. Assim, a educação alcançaria o sentido libertador defendido pelo patrono da educação nacional.