Enviada em: 07/10/2018

Segundo dados do IBGE, cerca de 29% dos brasileiros são analfabetos funcionais, ou seja, são escolarizados, porém incapazes de interpretar textos simples ou realizar operações matemáticas. Dessa forma, o direito à educação - assegurado pela nossa Constituição Federal - não está sendo exercido em sua plenitude. Isso ocorre porque o ambiente escolar tornou-se desestimulante para o aluno e o atual cenário de desigualdade social provoca a transferência desse jovem para o trabalho. Assim, convém analisarmos as principais causas dessa problemática para propor soluções.   Em primeiro plano, é preciso salientar o retrógrado modelo do currículo escolar. De acordo com o antropólogo João Pacheco  ''o Brasil possui escolas do século XIX, professores do século XX e alunos do século XXI''. Nesse sentido, nota-se que a desatualização do método escolar contribui para a falta de atratividade desse jovem com os estudos. Com isso, a aprendizagem desse estudante torna-se limitada.   Outrossim, os altos índices de pobreza incentivam a saída desse jovem da escola para o trabalho infantil, a fim de auxiliar na renda familiar. Sob esse aspecto, o adolescente encontra-se sobrecarregado, logo, estimula-se uma evasão escolar e queda de rendimento nos estudos. Isso é evidenciado por dados do Censo Escolar, em que quase 40% da evasão nas escolas ocorre por conta do trabalho. Dessa forma, ocorre um déficit na formação desse aluno.    Fica claro, portanto, que é necessário estabelecer medidas efetivas para atenuar a taxa de analfabetos funcionais no Brasil. Para isso, cabe ao Ministério da Educação, em parceria com as instituições escolares, promover uma modernização da grade curricular por meio de incentivos fiscais disponibilizados por redes privadas - como a Fundação Bradesco - que permitam a realização de projetos lúdicos e atividades educativas que ocorram distantes da sala de aula - como a ida a museus e a parques -, a fim de atrair esse jovem ao estudo. Ademais, a prefeitura deve incentivar a oferta de empregos em áreas periféricas aos pais desses alunos.